Nordeste realiza mais de 71 mil transplantes de órgãos em 21 anos, mas fila de espera para transplante de rim ainda é longa



Nos últimos 21 anos, a solidariedade tem sido um fator crucial para salvar vidas no Nordeste. Mesmo em meio à dor do luto e à perda de entes queridos, a doação de órgãos tem se mostrado uma importante ferramenta para oferecer esperança e uma segunda chance a pessoas que precisam de transplantes. De acordo com dados da Agência Tatu, que coletou informações dos Relatórios do Ministério da Saúde, foram realizados no Nordeste um total de 71.756 transplantes de órgãos e tecidos entre os anos de 2001 e 2021.

Entre os órgãos mais transplantados na região, destacam-se o rim, o fígado e o coração. Vale ressaltar que essas cirurgias são realizadas exclusivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil, e podem ocorrer tanto com órgãos de doador vivo quanto de doador falecido, mediante autorização familiar.

Quando observamos os números por estado, Pernambuco se destaca como o líder em transplantes gerais na série histórica analisada. Ao longo desses 21 anos, foram realizadas 22.693 operações no estado, sendo 31,1% de órgãos e 68,9% de tecidos. O transplante mais comum em Pernambuco é o de córnea, com impressionantes 12.649 cirurgias registradas nesse período, o que coloca o estado como o segundo com maior número de transplantes desse tecido ocular na região.

No entanto, o Ceará é o estado que se destaca como o campeão em transplantes de córnea no Nordeste, com 13.519 cirurgias realizadas. Em todo o estado, cerca de 20.875 pessoas receberam novos órgãos ou tecidos, sendo 7.356 órgãos transplantados, incluindo fígado (2.448), coração (448) e pulmão (42).

A Bahia aparece como o terceiro estado com maior número de transplantes na região Nordeste, totalizando quase 10 mil cirurgias no geral, sendo 3.091 para órgãos (31%) e 6.904 para tecidos (69%).

Mesmo com esses números expressivos, o transplante de rim continua sendo a esperança de muitos pacientes. Atualmente, mais de 37 mil brasileiros estão na fila de espera por um rim, e desse total, 6.313 pessoas residem no Nordeste. A média mensal de transplantes renais na região ao longo desses 21 anos foi de 57 cirurgias, porém a fila de espera ainda é longa. Levando-se em consideração a quantidade atual de pessoas na lista, estima-se que levará aproximadamente 9 anos para zerar a fila, caso não haja acréscimos ou reduções.

A doação de órgãos é um gesto nobre e altruísta que pode transformar vidas. É importante conscientizar a população sobre a importância desse ato e incentivar a todos a se tornarem doadores, para que mais pessoas possam ter a oportunidade de ter uma nova chance de viver.

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