Nordeste celebra marco legal do hidrogênio verde, prevendo industrialização com US$ 30 bilhões em investimentos e produção sustentável.



Nesta terça-feira (13), os governadores do Ceará, Elmano de Freitas, e do Piauí, Rafael Fonteles, celebraram a entrada em vigor do marco legal do hidrogênio de baixa emissão de carbono. O novo marco, que oferece incentivos para o desenvolvimento dessa indústria pelos próximos cinco anos, começando em janeiro de 2025, foi sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante uma visita ao Ceará em 5 de agosto de 2024.

Os governadores acreditam que a produção de hidrogênio com baixas emissões de carbono tem o potencial de impulsionar a industrialização no Nordeste. Ambos participaram do seminário “A Inserção do Hidrogênio na Matriz Energética Brasileira: Regulamentação e Projetos”, organizado pela Comissão Especial sobre Transição Energética e Produção de Hidrogênio Verde na Câmara dos Deputados.

Elmano de Freitas destacou que o projeto não se limitou a copiar modelos existentes, mas levou em conta a eficiência diferenciada de energia eólica no Nordeste e outras partes do Brasil, bem como a energia solar. Segundo o governador do Ceará, já existem 39 memorandos de intenção e seis pré-contratos com investidores para a produção de hidrogênio de baixa emissão, sendo que três já têm licenças ambientais e prévias aprovadas.

Freitas mencionou que os investimentos no Ceará podem alcançar US$ 30 bilhões no período, com a meta de produzir um milhão de toneladas de hidrogênio verde até 2030. Ele também anunciou a intenção de reutilizar água de esgoto da região metropolitana de Fortaleza no processo de produção de hidrogênio combustível, além da dessalinização de água do mar.

A nova lei institui o Regime Especial para Produção de Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono (Rehidro) e o Sistema Brasileiro de Certificação de Hidrogênio (SBCH2), que se baseiam na intensidade de emissões de CO2 durante o ciclo de vida do produto. O hidrogênio de baixa emissão é definido pela produção que emite até 7 kg de CO2 ou gases equivalentes de efeito estufa, favorecendo fontes como energia eólica, solar e etanol.

Nesta semana, a Câmara também aprovou o Programa de Desenvolvimento do Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono (PHBC), que pode garantir incentivos fiscais de R$ 18,3 bilhões entre 2028 e 2032, focado em setores industriais de difícil descarbonização, como fertilizantes, siderurgia, cimentos, químicos e petroquímicos. Essa proposta será agora analisada pelo Senado.

O governador do Piauí, Rafael Fonteles, elogiou os parlamentares pelo esforço na aprovação da nova lei e sublinhou a importância do hidrogênio para a industrialização do Nordeste. Segundo ele, a matriz do hidrogênio verde pode representar uma verdadeira industrialização para a região, aproveitando seus recursos naturais como sol, vento e água abundante.

O seminário também contou com a participação de representantes dos ministérios do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Fazenda, e da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica. Empresas como Eletrobras, ArcelorMittal e European Energy apresentaram seus projetos relacionados à produção de hidrogênio de baixa emissão.

O hidrogênio, por ser o elemento químico mais abundante do universo e apenas produzir vapor de água quando queimado, é considerado o combustível do futuro. Entretanto, seu processo de produção, a eletrólise, precisa utilizar energia elétrica proveniente de fontes limpas, renováveis e sustentáveis para que ele seja verdadeiramente de baixa emissão.

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