Nos últimos dias, Netanyahu tem se esforçado para manter o apoio da liderança de seu governo, especialmente de Bezalel Smotrich, que ocupa uma posição chave no Ministério da Defesa e tem influência sobre as políticas em Gaza e na Cisjordânia. Segundo Gayil Talshir, um renomado cientista político da Universidade Hebraica, a permanência de Smotrich no governo é vista como crucial para Netanyahu, que está preocupado com a estabilidade de sua coalizão. O comprometimento de Netanyahu de reiniciar as ações militares visa, em parte, atender às exigências de seus parceiros da direita que exigem uma postura mais agressiva em relação ao Hamas.
A situação na região se intensificou após um cessar-fogo mediado pelo Catar, Egito e Estados Unidos, que tinha como objetivo finalizar um conflito que já resultou em cerca de 46 mil mortos entre palestinos ao longo de 15 meses. Este cessar-fogo de 42 dias foi um esforço para diminuir as hostilidades, que agora se estenderam para além da Faixa de Gaza, atingindo também o Líbano e o Iémen, onde foi observado um aumento dos ataques aéreos entre Israel e forças iranianas.
A libertação dos reféns, que começará no próximo domingo caso seja aprovada pelo Gabinete dos Ministros, ocorre em um momento de grande tensão. A negociação, que é um passo inicial em um processo maior de cessar-fogo, deixará muitas interrogações em aberto sobre o futuro da paz na região e a possibilidade de uma nova escalada do conflito. A posição de Netanyahu indica que, apesar das movimentações diplomáticas, a estratégia militar continua sendo uma parte fundamental de sua administração. A comunidade internacional observa atentamente, enquanto o ciclo de violência parece propenso a se reiniciar.