As acusações contra Netanyahu são severas e abrangem três casos distintos, chamados de Caso 1000, Caso 2000 e Caso 4000. No Caso 1000, ele e sua esposa, Sara, são acusados de receber presentes extravagantes, como champanhe e joias, no valor de aproximadamente US$ 186.000, de figuras influentes como o magnata de Hollywood Arnon Milchan e o investidor australiano James Packer. Segundo as alegações, Netanyahu também teria ajudado Milchan a obter um visto americano e estendido isenções fiscais a israelenses expatriados.
Já o Caso 2000 envolve a suposta promessa de Netanyahu em negociar com Arnon Mozes, editor do Yedioth Ahronoth, para implementar legislação que favoreceriam suas publicações ao prejudicar o concorrente Israel Hayom. Este caso coloca em xeque a integridade do primeiro-ministro em questões de liberdade de imprensa e ética governamental.
Por último, o Caso 4000 diz respeito ao envolvimento de Netanyahu com a empresa de telecomunicações Bezeq e seu então proprietário, Shaul Elovitch. As acusações sustentam que Netanyahu, enquanto era ministro das Comunicações, favoreceu a empresa através de decisões regulatórias que garantiram cobertura favorável em seu site de notícias, Walla, em troca. Elovitch e sua esposa também estão sendo processados e negam qualquer irregularidade.
De acordo com as leis israelenses, Netanyahu pode enfrentar penas severas se condenado, incluindo até 10 anos de prisão por suborno. Como a cooperação entre os vários casos e as revelações que podem emergir durante o julgamento são acompanhadas de perto, a estabilidade da coalizão governante de Netanyahu pode estar em risco, especialmente se novas informações impactarem a opinião pública. A pressão política é intensa, e uma pesquisa recente sugeriu que seu governo poderia enfrentar dificuldades em uma provável eleição antecipada, exacerbada pela atual situação militar no país. As próximas semanas serão cruciais para definir não apenas o futuro de Netanyahu, mas também a trajetória política de Israel.