Netanyahu justificou sua escolha ao afirmar que a relação de confiança entre ele e Gantz havia se deteriorado nos últimos meses. De acordo com o primeiro-ministro, “lacunas significativas foram descobertas na gestão da campanha”, referindo-se à forma como o governo está lidando com a atual situação de segurança do país. Essas lacunas, segundo Netanyahu, foram acompanhadas de declarações e ações do ex-ministro que contradiziam decisões previamente acordadas pelo governo e pelo gabinete. Esse cenário, permeado por tensões no Oriente Médio, torna a situação ainda mais complexa.
As decisões tomadas por Netanyahu têm gerado reações intensas tanto no interior de Israel quanto internationalmente. A região vive um momento crítico, com a ausência de um acordo de cessar-fogo efetivo. Recentemente, em final de outubro, foram iniciadas negociações no Catar buscando um trégua na Faixa de Gaza e a troca de reféns que estão sob custódia do Hamas. Contudo, as conversas estavam estagnadas até o resgate do líder do Hamas, Yahya Sinwar, que poderia abrir novas oportunidades para o diálogo.
Os dados atuais apontam que cerca de 101 israelenses permanecem cativos nas mãos do Hamas, entre eles civis e militares. Apesar dos desafios, 154 reféns já foram recuperados por meio de operações de resgate, embora alguns tenham sido encontrados mortos. A situação na região se agravou substancialmente após os ataques sem precedentes sofridos por Israel no último dia 7 de outubro, que resultaram na captura de mais de 200 reféns.
A demissão de Gantz não é apenas uma mudança no comando militar, mas reflete a crescente tensão interna e externa que Israel enfrenta em um contexto já permeado pela instabilidade política e militar. A expectativa agora recai sobre a nova liderança no Ministério da Defesa e as possíveis reações do Hamas e da comunidade internacional frente a essa reestruturação política.