A milícia em questão, composta por membros de um grupo beduíno que reside entre Gaza e a península do Sinai, autodenomina-se “Força Popular”. De acordo com relatórios, essa milícia atua em uma área de Rafah sob controle militar direto da Israel. O deputado Avigdor Lieberman, líder do partido Yisrael Beiteinu, criticou a decisão de Netanyahu, afirmando que ele autorizou o envio de armas à Força Popular sem consultar o gabinete de segurança. Lieberman descreveu a milícia como um “bando de criminosos”, apontando suas conexões com organizações extremistas.
Fontes do governo israelense confirmaram que a assistência armada inclui rifles M16 e Kalashnikov, capturados de combatentes do Hamas pelas Forças de Defesa de Israel (FDI). Novos dados sobre a liderança da Força Popular surgiram, revelando que Yasser Abu Shabab, seu líder, é acusado de roubar ajuda humanitária, algo que ele mesmo admitiu em uma entrevista, na qual afirmou ter assumido a coordenação da distribuição de mantimentos na região.
O relacionamento entre a Força Popular e o Hamas é marcado por rivalidade e até confrontos violentos. No passado, o Hamas teria eliminado dezenas de membros da milícia em diversas ocasiões, enquanto ambos os grupos trocam acusações de traição e colaboração com Israel.
A complexidade dessa situação é ainda mais profunda quando se considera que Israel, em um contexto histórico, já forneceu ajuda tática e financeira ao Hamas durante a Primeira Intifada, na década de 1980, buscando enfraquecer a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), à época liderada por Yasser Arafat. Essa estratégia revelou-se um fator determinante na criação de um cenário conflituoso e fragmentado no Oriente Médio que persiste até os dias atuais.