O Hamas, por sua vez, anunciou o adiamento da liberação dos reféns, alegando que Israel não cumpriu os termos do acordo que foi estabelecido, o que, segundo eles, é um obstáculo para o retorno seguro das pessoas deslocadas ao norte da Faixa de Gaza, além da entrega de ajuda humanitária aos habitantes da região. A situação se complicou ainda mais com a intervenção do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que não apenas pressionou pela devolução dos reféns, mas também anunciou que “o inferno vai eclodir” na Faixa de Gaza se suas exigências não forem atendidas.
Trump, em sua declaração, mencionou que os palestinos não teriam o direito de retornar a Gaza, afirmando que os Estados Unidos assumiriam o controle da área para implementar um “empreendimento imobiliário para o futuro”. Essa proposta provocou críticas e rejeição da comunidade internacional, de diversas lideranças árabes e de grupos palestinos, que enxergam tais ações como uma violação de seus direitos.
Desde o dia 19 de janeiro, a Faixa de Gaza tem estado sob um cessar-fogo, que entrou em vigor após longos 470 dias de intensas hostilidades entre as partes. Durante esse período traumático, estima-se que mais de 48 mil palestinos e cerca de 1,5 mil israelenses tenham perdido a vida devido aos conflitos. Além disso, esse cenário de tensão não se limita mais a Gaza, provocando repercussões e trocas de ataques com foguetes entre Israel e até mesmo o Irã, e provocando instabilidade em outros países da região, como Líbano e Iémen. As promessas e intimidações atualmente em jogo colocam não apenas Israel e o Hamas em uma encruzilhada, mas também ameaçam desestabilizar ainda mais a já volátil situação no Oriente Médio.