O MV Kathrin, que é operado por um armador alemão, foi impedido de atracar em localidades como Namíbia, Montenegro, Eslovênia, Croácia e Malta. Esses bloqueios surgiram após a suspeita de que o navio transporta oito contêineres de RDX — um explosivo poderoso e altamente destrutivo que teria sido encomendado pelas autoridades israelenses. A Proibição de atracar se intensifica em meio a uma acirrada vigilância internacional, em especial da Anistia Internacional, que vem monitorando a situação desde que o navio partiu do porto de Hai Phong, no Vietnã, no final de julho.
Conforme a situação se desenrola, a empresa proprietária do MV Kathrin solicitou a mudança de sua bandeira de Portugal para outra nação, prática comum no transporte marítimo conhecida como “bandeira de conveniência”. Apesar de um pedido oficial feito pelo governo português em 27 de setembro para retirar o registro do navio, 14 dias se passaram e o MV Kathrin ainda permanece sob a bandeira portuguesa, sem que uma resposta clara tenha sido dada por Lisboa.
Essa situação delicada coloca Portugal em uma posição embaraçosa, gerando uma percepção de conivência com o governo de Benjamin Netanyahu. O silêncio do governo português sobre o desfecho do incidente levanta questões sobre a responsabilidade e a ética do registro de embarcações, especialmente em situações relacionadas a conflitos armados e tráfico de armamentos.
Com a pressão internacional aumentando e a possibilidade de que o país seja responsabilizado por eventuais consequências dessa operação, as autoridades portuguesas se veem frente a um dilema: tomar ações decisivas para desassociar-se do MV Kathrin ou correr o risco de ser vista como cúmplice em um contexto de crescente instabilidade na região.