A curadora da Idade do Ferro, dra. Julia Farley, destacou a importância da descoberta ao afirmar que existem menos de dez capacetes da Idade do Ferro no Reino Unido, sendo cada um deles único. O achado se tornou ainda mais relevante quando a conservadora de metais Fleur Shearman percebeu que parte dos fragmentos encontrados representavam um capacete, demonstrando o cuidado com o qual essas peças eram elaboradas naquela época.
O dr. Jody Joy, curador da Idade do Ferro Europeia do Museu Britânico no início do projeto em 2009, descreveu a descoberta do capacete como uma das experiências mais emocionantes de seus oito anos na instituição. A conservadora de metais Fleur Shearman e o artista Craig Williams utilizaram técnicas modernas de digitalização para recriar o capacete em um modelo 3D, auxiliando na compreensão da peça.
Mais do que a raridade dos capacetes daquela época, a descoberta revelou também as habilidades dos artesãos da Idade do Ferro, como o uso de técnicas sofisticadas como o douramento de mercúrio, que até então não eram conhecidas no Reino Unido há 2.000 anos, conforme mencionado pela dra. Farley.
Além dos capacetes, os torques também foram objeto de estudo, revelando detalhes sobre o uso prolongado ou intenso dessas peças. Entre as descobertas, destaca-se o Snettisham Great Torc, um dos objetos de ouro mais elaborados do mundo antigo. A concentração desses artefatos em determinados locais sugere que eram considerados valiosos e possivelmente eram enterrados como oferendas em locais sagrados.
Essa importante descoberta arqueológica mostra a riqueza e complexidade da cultura da Idade do Ferro na região, bem como a expertise dos artesãos da época. Os tesouros encontrados em Snettisham oferecem um vislumbre do passado e nos permitem mergulhar nas práticas e tradições daquele período distante.