O levantamento, que envolveu 2.733 municípios e foi realizado ao longo de 2024, mostrou um crescimento significativo na participação dos municípios nas despesas com Ater, passando de 55% em 2015 para 62% em 2023. Mais de 80% dos municípios entrevistados desenvolvem ações de assistência técnica, com 71% investindo especificamente em extensão rural.
As prefeituras exercem um papel crucial em diversas áreas, incluindo infraestrutura e sanidade animal, além de promoverem reuniões e visitas técnicas para interagir com os agricultores. No entanto, apesar do cenário positivo, apenas 20% dos estabelecimentos agropecuários recebem orientação técnica formal, segundo dados do Censo Agropecuário de 2017.
Outro ponto destacado é que, mesmo com a maioria dos municípios oferecendo Ater, muitas dessas ações ocorrem sem o apoio da Política Nacional de Assistência Técnica. A estrutura municipal, por sua vez, enfrenta desafios como a necessidade de capacitação contínua dos técnicos, além da urgência em integrar novas tecnologias para promover um desenvolvimento rural sustentável.
O estudo também revelou que cerca de 73,5% dos municípios mantêm parcerias formais com instituições, como a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), para a prestação desses serviços. Contudo, mesmo com essas parcerias, a maior parte dos recursos financeiros utilizados para a Ater provém dos cofres municipais.
Diante desse cenário, a pesquisa sugere uma maior colaboração dos governos federal e estaduais. A demanda inclui o fortalecimento da assistência técnica, acesso a recursos e capacitação continuada, para que as ações possam ser mais efetivas e ampliadas. Os resultados enfatizam a importância da assistência técnica no avanço da agricultura familiar e no fortalecimento do setor agropecuário no Brasil.