MUNICIPIOS – Fiocruz debate ações para prevenção da morte materna de mulheres negras em evento virtual focado na equidade e nos 10 passos essenciais.



Recentemente, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), vinculada ao Ministério da Saúde, promoveu um evento virtual intitulado “Diálogos para a Equidade: Saúde da Mulher Negra e 10 Passos” com o intuito de debater medidas de prevenção para a mortalidade materna de mulheres negras. Durante o evento, foram destacadas as três principais causas diretas de morte materna: hipertensão, hemorragia e altos índices de cesariana.

Um dos principais objetivos do evento foi contribuir para a redução da mortalidade materna no Brasil, focando em ações que abordem essas causas e apoiem as equipes locais na qualificação do cuidado às mulheres, superando as barreiras para a implementação do melhor cuidado, incluindo o racismo como uma questão transversal em todas as etapas da organização do cuidado em rede.

Dados apresentados durante o evento revelaram que as mulheres negras lideram os índices de mortalidade materna no país. O risco de morte por aborto é duas vezes maior entre as mulheres pretas e 3,7 vezes maior nas indígenas em comparação com as mulheres brancas. Além disso, o risco por hemorragia é 1,7 vezes maior nas mulheres pretas e 3,4 vezes maior nas indígenas, em relação às mulheres brancas. Por fim, por síndromes hipertensivas, o risco é 2,8 vezes maior entre as mulheres pretas e 1,9 vezes nas indígenas em comparação às mulheres brancas, enquanto as pardas apresentaram um risco de 1,3.

Durante o evento, foram apresentados os dez passos de cuidados obstétricos que servem como guia para os cuidados e a redução da mortalidade materna. Entre as recomendações, destacam-se a garantia de encontros de qualidade centrados nas necessidades de cada mulher, triagem oportuna de infecções do trato geniturinário e identificação precoce de sinais de gravidade clínica materna.

Para a Fiocruz, a redução da morte materna exige considerar as interseccionalidades de raça e cor que resultam em mais casos entre as mulheres negras. O racismo institucional, que se reflete na demora na busca por atendimento e na instalação do cuidado adequado, é apontado como um dos fatores que contribuem para esses altos índices. Assim, novos olhares e práticas sobre a mortalidade materna são convocados a serem produzidos.

Em resumo, o evento promovido pela Fiocruz trouxe à tona questões fundamentais para a redução da mortalidade materna, destacando a importância de ações que abordem as causas diretas e considerem as questões raciais e de equidade no cuidado às mulheres gestantes. A partir dos debates e dados apresentados, espera-se que medidas eficazes sejam implementadas para garantir a saúde e segurança das mulheres gestantes no Brasil.

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