Especialistas, centros de pesquisa, universidades, representantes do governo e instituições financeiras se reuniram no Recife para discutir soluções científicas e tecnológicas para mitigar os efeitos da desertificação na região. A ideia era subsidiar a delegação brasileira que estará presente na conferência da ONU, marcando o 30º aniversário da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (UNCCD).
Durante o seminário, foram debatidos temas como articulação científica, tecnologias sociais, conhecimento das comunidades tradicionais e dinâmicas demográficas do semiárido brasileiro. Além disso, os participantes se comprometeram a redigir uma nota técnica a ser submetida aos Ministérios do Meio Ambiente e das Relações Exteriores, destacando a importância do diálogo entre os setores da sociedade e a comunidade internacional para enfrentar os desafios da desertificação.
A necessidade de criação de mecanismos de financiamento para estimular cadeias produtivas que combatam a degradação da terra e dos biomas também foi ressaltada pelos especialistas presentes. O economista José Farias, coordenador de estudos e pesquisas da Sudene, enfatizou a importância da articulação entre governo, academia e sociedade civil para combater a desertificação e promover o desenvolvimento sustentável na região.
A participação brasileira na COP 16 e os compromissos do país com a convenção da ONU foram amplamente discutidos no seminário. Com quase 26 milhões de brasileiros residentes no semiárido, a degradação da terra representa um desafio crucial para garantir a sustentabilidade da região. O evento se mostrou fundamental para colocar a caatinga e o semiárido brasileiro no centro do debate internacional sobre a desertificação, evidenciando a importância do Brasil nesse contexto global.
Dessa forma, o seminário promovido pela Sudene foi não apenas um espaço de discussão e troca de conhecimento, mas também uma oportunidade para fortalecer a posição do Brasil nas negociações da COP 16 e para destacar as ações necessárias para combater os efeitos da seca e degradação no semiárido nacional. A ciência e a tecnologia têm um papel fundamental nesse processo de enfrentamento dos desafios ambientais, e a comunidade científica brasileira está engajada em contribuir de forma significativa para a preservação e recuperação dos biomas suscetíveis à desertificação.