Realizado a cada três anos pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a edição de 2022 contou com a participação de 81 países, avaliando 10.798 estudantes de 599 escolas das redes pública e privada. Os resultados brasileiros mostraram poucas alterações em relação a 2018, com médias praticamente iguais em matemática, leitura e ciências. Desde 2009, os resultados se mantêm estáveis, com pequenas flutuações que, em sua maioria, não são significativas.
Apesar de a média da OCDE nessa edição do estudo ser a menor de toda a série histórica, os estudantes brasileiros obtiveram pontuações inferiores nas três disciplinas. O Ministro da Educação, Camilo Santana, destacou os esforços dos governos estaduais para minimizar os impactos da pandemia na educação e ressaltou a importância da articulação entre União, estados e municípios na construção de políticas de melhoria na educação básica.
Clara Machado, coordenadora-geral do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), chamou a atenção para a grande proporção de estudantes com baixo desempenho, enquanto poucos apresentaram alto desempenho. Entretanto, ela ressaltou que essa situação não é exclusiva do Brasil, pois a proporção de estudantes com alta performance também é baixa nos países da OCDE.
Em relação ao desempenho específico em matemática, o estudo mostrou que 73% dos estudantes brasileiros registraram baixo desempenho nessa disciplina, enquanto apenas 1% atingiu alto desempenho. Já em leitura, 50% tiveram baixo desempenho, com 2% atingindo alto desempenho. Em ciências, 55% dos estudantes apresentaram baixo desempenho, com 1% alcançando alto desempenho.
Além disso, foram destacados fatores como a situação econômica e social das famílias, que podem influenciar nos resultados. Tanto o secretário-geral da OCDE, Mathias Cormann, quanto o diretor de Educação da OCDE, Andreas Schleicher, enfatizaram a importância do suporte aos professores e o envolvimento dos alunos e das famílias no ambiente escolar.
O MEC anunciou como medidas prioritárias a promoção da alfabetização na idade certa, a garantia da educação em tempo integral, a permanência do jovem na escola e a melhoria da formação inicial e continuada dos professores. Segundo o Ministro Camilo Santana, é necessário avançar significantemente para melhorar a qualidade dos resultados em toda a educação básica e, automaticamente, no Pisa.