O estudo focou especialmente em quatro indivíduos cujas tatuagens apresentavam padrões geométricos, incluindo triângulos e losangos. Os pesquisadores estão ansiosos para entender melhor as técnicas usadas na criação dessas tatuagens, que são consideradas comparáveis à qualidade das tatuagens elétricas contemporâneas, conforme afirma Aaron Deter-Wolf, um arqueólogo especializado em tatuagens pré-colombianas. Essa descoberta não só ilumina aspectos estéticos da cultura Chancay, mas também abre um novo campo de estudo sobre as práticas sociais e rituais da época.
A metodologia empregada por esta equipe de cientistas é particularmente inovadora. A utilização de lasers permitiu que a pesquisa fosse realizada sem causar danos aos materiais arqueológicos, preservando assim a integridade das múmias. Tom Kaye, coautor do estudo e representante da Foundation for Scientific Advancement, destacou a importância dessa abordagem, que utiliza tecnologia não destrutiva para entender melhor as condições e características dos artefatos arqueológicos sensíveis.
Esse avanço na pesquisa não apenas revela o talento artístico das pessoas que viveram há mais de 700 anos, mas também ressalta a relevância da tatuagem como forma de expressão cultural. As evidências apontam que a prática de adornar a pele com desenhos complexos pode ter desempenhado um papel significativo nas vidas desses antigos peruanos, podendo estar associada a rituais religiosos, status social ou identidades pessoais.
As descobertas feitas neste estudo são um passo importante para o entendimento da trajetória histórica da tatuagem e suas diversas significações ao longo dos séculos. Assim, a pesquisa sobre as múmias Chancay não só oferece novos insights sobre a cultura do passado, mas também redefine o nosso entendimento sobre a pele como uma tela de expressão e identidade.