De acordo com a ação penal militar, Ana Lucia fraudou a documentação para se apresentar como Ana Lucia Zarate, suposta filha de Vicente Zarate, seu tio-avô falecido em 1988. A fraude teria iniciado logo após a morte do ex-militar, quando ela se registrou em um cartório como filha de Vicente Zarate e Natila Ruiz, passando a receber a pensão integral como filha de Segundo Sargento do Exército.
O esquema só foi descoberto em 2021, quando a avó da acusada, Conceição Galache, exigiu um valor maior da neta. Ao perceber que a fraude seria exposta, Ana Lucia decidiu se entregar às autoridades. Com a comprovação dos fatos, o pagamento da pensão foi suspenso.
A Defensoria Pública da União recorreu da condenação, solicitando a absolvição de Ana Lucia e a manutenção de sua liberdade durante o julgamento do recurso. O caso aguardava julgamento na Justiça Militar até a última sexta-feira.
A Justiça Militar considerou que Ana Lucia cometeu crime de estelionato ao ludibriar o Exército para obter vantagens financeiras de forma ilegal. O prejuízo causado à instituição foi calculado em R$ 3,7 milhões, quantia que deverá ser ressarcida pela acusada.
A Defensoria Pública argumenta que a acusada não integra uma organização criminosa e pede a manutenção de sua liberdade durante a análise do recurso. O Exército Brasileiro, por sua vez, preferiu não se manifestar sobre o caso, seguindo o protocolo de respeito às decisões judiciais.