MST Ocupa Sede do INCRA em São Paulo e Exige Aceleração da Reforma Agrária pelo Governo Lula

Na manhã do dia 23 de julho de 2025, aproximadamente 300 militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realizaram uma ocupação na sede da Superintendência Regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) em São Paulo. A ação é parte da Jornada Nacional de Lutas 2025, que se desenrola em 24 estados e no Distrito Federal, com o tema provocativo “Lula, cadê a Reforma Agrária?”.

Dentre as principais reivindicações do movimento, destacam-se a liberação de créditos do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA/CONAB), a ampliação do acesso ao Pronaf A/C, assistência técnica contínua, habitação no campo e o assentamento imediato de mais de 5 mil famílias que permanecem acampadas, muitas delas há mais de duas décadas. O MST argumenta que a agricultura familiar corresponde a cerca de 70% dos alimentos consumidos no Brasil, segundo dados do Censo Agropecuário de 2017, enquanto a agricultura em São Paulo se caracteriza pela monocultura e pela industrialização. Atualmente, existem aproximadamente 300 assentamentos no estado, beneficiando cerca de 20 mil famílias.

Márcio Santos, coordenador do MST no estado, expressou a insatisfação do movimento com a lentidão das ações do governo federal em relação à reforma agrária. Ele enfatizou a importância dessa mobilização para pressionar o governo de Luiz Inácio Lula da Silva a avançar em uma política que, segundo ele, está aquém do necessário. Santos reafirmou que a jornada busca “pressionar o governo a destravar uma pauta essencial, não apenas para os camponeses, mas também para o Brasil como um todo”.

O governo federal, por sua vez, alega que está comprometido com a reforma agrária e que tem acelerado os processos através do programa Terra da Gente. Entre 2023 e 2025, foram entregues mais de 12 mil lotes em 138 assentamentos e desapropriados mais de 13 mil hectares, beneficiando cerca de 800 famílias. O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, reconheceu a pressão do MST como válida, mas destacou as dificuldades enfrentadas para aprovar as medidas no Congresso Nacional.

A reforma agrária no Brasil é uma questão complexa e historicamente debatida, estipulada na Constituição de 1988 e regulamentada pela Lei nº 8.629/1993. Desde sua implementação, o INCRA coordena as ações voltadas para a redistribuição da terra, tendo assentado mais de 1,2 milhão de famílias até 2021. Entretanto, o MST defende que não basta apenas o assentamento. Para garantir a sustentabilidade e a produção de alimentos, é vital que haja assistência técnica adequada, acesso a crédito e investimentos em infraestrutura rural. A mobilização contínua do movimento revela não apenas a urgência das demandas por justiça agrária, mas também um reflexo das expectativas da sociedade sobre as políticas públicas em um setor tão crucial para a segurança alimentar do país.

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