MST ocupa fazenda em Itabela, Bahia, em protesto pela reforma agrária durante Jornada Nacional de Luta neste mês.

Cerca de 400 famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam uma fazenda em Itabela, no extremo sul da Bahia, conforme informado pelo próprio movimento em seu site oficial. A ação faz parte da Jornada Nacional de Luta em Defesa da Reforma Agrária, que ocorre em protesto ao massacre de Eldorado dos Carajás, no Pará, em 1996.

Segundo o MST, a área invadida é considerada improdutiva e pertence à Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), órgão ligado ao Ministério da Agricultura e, portanto, do governo federal. O movimento reivindica a área para a realização da reforma agrária, defendendo-a como um projeto de agricultura sustentável capaz de garantir a produção de alimentos para toda a população brasileira, tanto do campo quanto da cidade, como forma de combate à fome.

Desde o início do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o MST tem cobrado a destinação de terras para a reforma agrária. O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Paulo Teixeira, afirmou que o governo anunciará na próxima segunda-feira a “prateleira de terras” improdutivas e devolutas, para serem destinadas à reforma agrária e à demarcação de territórios para comunidades quilombolas, uma promessa feita pelo presidente desde o ano passado.

A entrega dessas terras pelo governo federal ocorre durante o mês de abril, conhecido como “Abril Vermelho”, período em que o MST costuma intensificar suas ações. O movimento foi recebido recentemente pelo ex-presidente Lula na Granja do Torto, juntamente com representantes de sindicatos e de outros movimentos sociais, para discutir a pauta da reforma agrária.

O coordenador nacional do MST, João Paulo Rodrigues, afirmou em entrevista à imprensa que o movimento aguardava as medidas do governo em relação à reforma agrária para planejar suas ações durante o “Abril Vermelho”. A expectativa é que o anúncio das terras a serem destinadas à reforma agrária possa contribuir para a diminuição das invasões de terras promovidas pelo movimento.

Jornal Rede Repórter - Click e confira!




Botão Voltar ao topo