Segundo o MST, a área invadida é considerada improdutiva e pertence à Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), órgão ligado ao Ministério da Agricultura e, portanto, do governo federal. O movimento reivindica a área para a realização da reforma agrária, defendendo-a como um projeto de agricultura sustentável capaz de garantir a produção de alimentos para toda a população brasileira, tanto do campo quanto da cidade, como forma de combate à fome.
Desde o início do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o MST tem cobrado a destinação de terras para a reforma agrária. O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Paulo Teixeira, afirmou que o governo anunciará na próxima segunda-feira a “prateleira de terras” improdutivas e devolutas, para serem destinadas à reforma agrária e à demarcação de territórios para comunidades quilombolas, uma promessa feita pelo presidente desde o ano passado.
A entrega dessas terras pelo governo federal ocorre durante o mês de abril, conhecido como “Abril Vermelho”, período em que o MST costuma intensificar suas ações. O movimento foi recebido recentemente pelo ex-presidente Lula na Granja do Torto, juntamente com representantes de sindicatos e de outros movimentos sociais, para discutir a pauta da reforma agrária.
O coordenador nacional do MST, João Paulo Rodrigues, afirmou em entrevista à imprensa que o movimento aguardava as medidas do governo em relação à reforma agrária para planejar suas ações durante o “Abril Vermelho”. A expectativa é que o anúncio das terras a serem destinadas à reforma agrária possa contribuir para a diminuição das invasões de terras promovidas pelo movimento.