Morte de soldado paulista gera investigações sobre suposto suicídio, enquanto família questiona a versão oficial e busca reabertura de caso oculto por injustiças militares.

Morte do Soldado Christian: Mãe Busca Verdade em Meio a Incongruências e Questões Não Resolvidas

No início de uma rotina aparentemente comum, Christian Korosi, um jovem soldado de 19 anos, despediu-se de sua mãe na zona norte de São Paulo com a promessa de retornar no final do dia. No entanto, em um trágico desenlace, sua vida foi interrompida em 27 de julho do ano passado, quando ele foi encontrado morto em uma guarita no quartel. A notícia, transmitida a sua mãe, Juliana Korosi, foi devastadora: Christian havia se suicidado, segundo relataram três militares à família.

A dor daquele momento se intensificou quando um dos soldados, Alyson Araújo, tentou oferecer consolo, murmurando repetidamente que “Christian não se matou”. Essas palavras, inicialmente vistas como um breve alívio emocional, se transformaram em um chamado para a busca pela verdade. Juliana, assistente jurídica de 40 anos, dedicou-se desde então a investigar as circunstâncias em torno da morte do filho, levando-a a questionar a versão oficial do ocorrido.

Sua jornada de investigação começou com a contratação de uma perícia particular, que revelou inconsistências na apuração feita pelo Exército. O laudo inicial atribuía a morte de Christian a um suicídio com um tiro de fuzil, mas provas sugerem que ele pode ter sido vítima de um acidente ou até mesmo homicídio. Entre os pontos controversos, destacam-se a preservação inadequada da cena do crime e a manipulação das provas.

O celular de Christian foi mantido sob custódia militar por sete meses antes de chegar à família, e o fuzil usado na morte teve o exame residuográfico realizado muito tempo após o incidente, comprometendo as evidências. Além disso, a estatura do jovem no laudo oficial não correspondia à sua altura real, levantando ainda mais questionamentos sobre a seriedade da investigação.

Juliana também tem se deparado com relatos contraditórios entre os colegas de farda de Christian, que tornam o cenário ainda mais nebuloso. As divergências nos depoimentos indicam uma falta de clareza sobre o que realmente ocorreu naquele dia fatídico, somando-se aos relatos sobre punições e uma cultura de brincadeiras levadas ao extremo no ambiente militar.

O Ministério Público Militar se envolveu após Juliana solicitar a reabertura do caso, e prometeu investigar as inconsistências levantadas pelas análises independentes. O Exército, por sua vez, reafirmou a validade de sua conclusão inicial e expressou solidariedade à família.

A luta de Juliana não é apenas por justiça, mas por honrar a memória de seu filho e assegurar que as verdades ocultas venham à tona, desafiando uma narrativa oficial que, para ela, não se sustenta.

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