Mortalidade por câncer de pulmão dobra no Brasil em duas décadas, alerta novo levantamento da Umane baseado em dados do SIM.



A preocupante situação das mortes por câncer de pulmão no Brasil foi revelada por um novo levantamento da Umane, organização civil com foco na saúde pública. De acordo com dados do Sistema de Informações de Mortalidade do Ministério da Saúde (SIM), as mortes por câncer de pulmão dobraram no país nas últimas duas décadas. Em 2022, 29.576 brasileiros perderam a vida para o tumor, o que representa um aumento de 101% em relação ao ano 2000, quando o país registrou 14.717 óbitos.

Além disso, quando considerado o número proporcional de fatalidades em relação à população, o crescimento também é significativo. Em 2000, eram registradas 8,7 mortes a cada 100 mil habitantes, número que subiu 66,7% e chegou a 14,5 em 2022.

No Dia Mundial de Combate ao Câncer, os dados divulgados chamam a atenção para o impacto do tabagismo e do diagnóstico tardio no surgimento e tratamento da doença. O médico oncologista Luis Eduardo Werneck, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cancerologia, destaca que a alta da mortalidade por câncer de pulmão está diretamente relacionada ao impacto do tabagismo em gerações anteriores.

Apesar dos avanços no tratamento da doença, Werneck ressalta que o grande problema é identificar o quadro de forma precoce. Ele explica que a descoberta de um câncer de pulmão no estágio 1 pode resultar em uma chance de cura de 95%, enquanto no estágio 4 essa chance é inferior a 15%, o que encoraja a necessidade de políticas públicas de rastreamento da doença.

Além disso, o médico afirma que as estimativas da OMS apontam para um aumento dos casos e das mortes pelo câncer de pulmão nos próximos anos. E ressalta a importância de estar atento ao possível surgimento da doença em meio a fatores de estilo de vida, como a falta de atividades físicas regulares, alimentação desregrada e baseada em gorduras saturadas, entre outros.

Fica evidente a necessidade urgente de políticas de saúde pública voltadas para o combate e a prevenção do câncer de pulmão, especialmente no que se refere ao rastreamento da doença, que pode significar a diferença entre a vida e a morte para milhares de brasileiros.

Jornal Rede Repórter - Click e confira!


Botão Voltar ao topo