Além disso, quando considerado o número proporcional de fatalidades em relação à população, o crescimento também é significativo. Em 2000, eram registradas 8,7 mortes a cada 100 mil habitantes, número que subiu 66,7% e chegou a 14,5 em 2022.
No Dia Mundial de Combate ao Câncer, os dados divulgados chamam a atenção para o impacto do tabagismo e do diagnóstico tardio no surgimento e tratamento da doença. O médico oncologista Luis Eduardo Werneck, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cancerologia, destaca que a alta da mortalidade por câncer de pulmão está diretamente relacionada ao impacto do tabagismo em gerações anteriores.
Apesar dos avanços no tratamento da doença, Werneck ressalta que o grande problema é identificar o quadro de forma precoce. Ele explica que a descoberta de um câncer de pulmão no estágio 1 pode resultar em uma chance de cura de 95%, enquanto no estágio 4 essa chance é inferior a 15%, o que encoraja a necessidade de políticas públicas de rastreamento da doença.
Além disso, o médico afirma que as estimativas da OMS apontam para um aumento dos casos e das mortes pelo câncer de pulmão nos próximos anos. E ressalta a importância de estar atento ao possível surgimento da doença em meio a fatores de estilo de vida, como a falta de atividades físicas regulares, alimentação desregrada e baseada em gorduras saturadas, entre outros.
Fica evidente a necessidade urgente de políticas de saúde pública voltadas para o combate e a prevenção do câncer de pulmão, especialmente no que se refere ao rastreamento da doença, que pode significar a diferença entre a vida e a morte para milhares de brasileiros.