Minorias Étnicas Ganham Destaque nas Eleições Americanas: O Que Está Mudando no Cenario Político dos EUA?



Nas semanas que antecedem a eleição presidencial de 2024 nos Estados Unidos, as candidaturas do ex-presidente Donald Trump e da vice-presidente Kamala Harris estão intensificadas. Ambos os candidatos estão concentrando suas estratégias em um conjunto restrito de estados cruciais, frequentemente referidos como estados indecisos, como Arizona, Geórgia, Michigan, Nevada, Carolina do Norte, Pensilvânia e Wisconsin. Esta abordagem é reflexo das peculiaridades do sistema eleitoral americano, que, ao contrário de muitos países, prioriza a alocação de votos por estado, exigindo que um candidato alcance 270 votos eleitorais para garantir a vitória.

A demanda por votos nesses estados indecisos é particularmente acentuada, uma vez que eles têm se mostrado mais volúveis eleitoralmente, mudando de preferência a cada ciclo eleitoral. Com isso, a luta pela presidência não se dá apenas pela conquista de eleitores convencionais, mas por um foco cada vez maior nas minorias étnicas e comunidades migrantes, que vêm se destacando nesta dinâmica. As campanhas podem estar desenhadas mais para apelar a segmentos específicos da população do que para o eleitorado em geral.

Um exemplo disso é a campanha de Trump, que tem redobrado esforços para conquistar os eleitores latinos, um grupo que cresceu e agora representa aproximadamente 15% do eleitorado. Historicamente, esses eleitores têm se inclinado mais para o Partido Democrata, mas fenômenos recentes indicam uma transferência significativa de apoio para os republicanos, destacando a importância de se entender que os latinos não constituem um bloco monolítico em termos de votação. Por outro lado, Harris também tem se voltado para os afro-americanos, que representam cerca de 13% dos eleitores, tentando garantir seu apoio em um cenário igualmente competitivo.

Além das estratégias eleitorais, fatores demográficos desempenham um papel crucial no fortalecimento da influência dessas minorias nas eleições. A taxa de natalidade nos Estados Unidos continua em baixa, enquanto a imigração e a naturalização de estrangeiros têm aumentado, fazendo com que minorias étnicas e comunidades de imigrantes alcancem uma proporção significativa do eleitorado. Dados recentes indicam que as minorias são responsáveis por um em cada dez votos elegíveis.

Apesar do potencial positivo dessa maior representatividade, críticos argumentam que a realidade frequentemente se traduz em um uso oportunista dessas comunidades para fins eleitorais, sem que haja, de fato, melhorias nas condições de vida das mesmas. A tática de apelar a interesses eleitorais também tem se mostrado prejudicial, conforme apontado por especialistas, que afirmam que problemas históricos, como as relações com Cuba e a percepção de segurança em relação a outras questões geopolíticas, são moldados mais por estratégias políticas do que por um compromisso genuíno com as populações envolvidas.

Por exemplo, a administração de Harris tem enfrentado críticas ao apoiar iniciativas militares que podem alienar eleitores árabe-americanos, enquanto simultaneamente trabalha para conquistar o eleitorado judeu. A dicotomia entre a necessidade de garantir votos entre diferentes grupos étnicos e as ações políticas concretas revela uma complexidade que está no centro da batalha pelas eleições de 2024, enquanto o panorama social e político se transforma rapidamente nos Estados Unidos.

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