Ministros de Netanyahu se demitem em protesto contra cessar-fogo com Hamas, intensificando crise no governo israelense e desafiando apoio político do primeiro-ministro.



Na mais recente reviravolta política em Israel, três ministros do partido de direita Otzma Yehudit se demitiram de seus cargos, demonstrando sua insatisfação com o recente acordo de cessar-fogo estabelecido entre o governo de Benjamin Netanyahu e o Hamas. Essa decisão foi despertada pela percepção de que o acordo representa uma capitulação às demandas do grupo militante, o que, segundo os ministros, transcende os limites ideológicos do próprio partido.

Os ministros que decidiram deixar seus postos incluem Itamar Ben-Gvir, que ocupa a pasta da Segurança Nacional, Amichai Eliyahu, responsável pelo Patrimônio, e Yitzhak Wasserlauf, que atua nas áreas do Negev, Galileia e Resiliência Nacional. Esta saída coincide com a pressão crescente sobre Netanyahu, que busca manter uma coalizão estável em um ambiente político já tenso.

Ben-Gvir, que também preside o Otzma Yehudit, enviou uma mensagem clara a Netanyahu, na qual descreveu o cessar-fogo como um “acordo de rendição ao terror”, caracterizando-o como uma “vitória completa para o terrorismo”. Ele e outros membros do partido argumentam que o compromisso feito pelo governo ignora suas posições fundamentais e os desafios contínuos representados pelo Hamas.

Além dos três ministros, outros membros do Knesset, o parlamento israelense, também formalizaram sua saída de comitês em protesto, indicando uma possível fragmentação do apoio ao governo. Apesar de o Otzma Yehudit afirmar que não tem intenção de derrubar o governo, a saída de figuras influentes pode complicar a já delicada governabilidade de Netanyahu, que conta com uma coalizão vulnerável e divergente.

Essa crise não apenas destaca as diferenças internas dentro da coalizão, mas também lança uma sombra sobre o futuro político do governo Netanyahu. A necessidade urgente de um diálogo eficaz e de uma estratégia clara para lidar com a situação em Gaza se torna mais premente, dadas as repercussões essas decisões podem ter na segurança e estabilidade de Israel. A demissão dos ministros simboliza o descontentamento crescente entre setores mais radicais da direita israelense, que se opõem à negociação e favorecem uma linha mais dura em relação ao Hamas.

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