Em um trecho da entrevista, Gilmar Mendes mencionou uma reunião técnica presidida pelo ministro Luís Roberto Barroso, na qual foi discutido o surgimento de uma suposta narcomilícia evangélica no Rio de Janeiro. De acordo com Mendes, essa rede seria composta por narcotraficantes e milicianos ligados a uma rede evangélica, causando preocupação pela complexidade da situação.
A reação de André Mendonça não demorou a ocorrer. Em sua nota, o ministro classificou as declarações de Gilmar Mendes como “grave, discriminatória e preconceituosa”, destacando que a fala foi direcionada a uma comunidade religiosa de forma generalizada. Mendonça ressaltou o importante papel que a comunidade evangélica desempenha na prevenção e combate ao crime, especialmente no que diz respeito ao tráfico de drogas e seus efeitos devastadores nas famílias brasileiras.
Além disso, o ministro pediu uma investigação rigorosa para apurar qualquer envolvimento de pessoas ligadas à comunidade evangélica em atividades criminosas. Mendonça enfatizou que, caso se comprove a participação de indivíduos que se declaram evangélicos em condutas ilegais, é de interesse do próprio segmento religioso a responsabilização desses indivíduos.
A declaração de Gilmar Mendes e a resposta de André Mendonça geraram debates e discussões sobre a relação entre religião e criminalidade, bem como sobre a importância de evitar generalizações e preconceitos. A repercussão do caso mostra como o tema da segurança pública e do envolvimento de diferentes grupos sociais em atividades criminosas continua sendo um desafio para as autoridades e a sociedade como um todo.