Ministro da Fazenda e presidente do Banco Central se encontram para discutir inflação e autonomia do órgão financeiro



Nesta quinta-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, se encontraram no gabinete da pasta em São Paulo para discutir a atual situação econômica do país. O encontro acontece em um momento de preocupação por parte de Campos Neto com a possibilidade de aumento da inflação, devido aos números de pleno emprego que têm sido observados.

Recentemente, a taxa de desemprego subiu de 7,5% para 7,9%, em março, devido à dispensa de trabalhadores temporários no início do ano. Apesar desse aumento, é importante ressaltar que o indicador está no seu menor nível para o período desde 2014, o que demonstra uma recuperação gradual do mercado de trabalho. Além disso, a renda também apresentou crescimento, subindo 1,5% em comparação com o final do ano passado e 4% em relação ao mesmo período de 2023, atingindo o valor de R$ 3.123 no trimestre.

No entanto, o aumento do emprego gera um aumento no consumo das famílias, o que pode aquecer a economia e impactar os preços. Essa preocupação levou o Banco Central a cortar a taxa básica de juros, a Selic, em março, para 10,75%. O último corte foi de 0,5 ponto percentual, seguindo a sequência de reduções que haviam sido previstas no final do ano passado.

Enquanto Campos Neto se preocupa com a inflação e a política monetária, Haddad tem se concentrado em evitar a aprovação de pautas no Congresso que aumentem os gastos públicos. Recentemente, o ministro elogiou a aprovação pelo Senado do programa de incentivo a eventos, chamado de Perse, após intensas negociações que resultaram em uma versão mais favorável aos cofres públicos.

Além disso, Haddad também comemorou a mudança na perspectiva da nota de crédito do Brasil feita pela agência de classificação de riscos Moody´s, que agora a avalia de forma “positiva”. Esses são indicativos de que o governo está buscando manter a estabilidade econômica e financeira no país.

Por fim, Campos Neto tem se empenhado na proposta de ampliação da autonomia do Banco Central, visando dar independência financeira e orçamentária ao órgão, transformando-o em uma empresa pública. Essa autonomia permitirá que o BC defina sua própria política de pessoal, incluindo os salários dos servidores, que têm se queixado dos salários baixos em comparação com outros bancos privados. A receita independente do BC viria da senhoriagem e de taxas cobradas pelo Banco Central, o que fortaleceria sua posição e atuação no cenário econômico nacional.

Jornal Rede Repórter - Click e confira!


Botão Voltar ao topo