Os números sugeridos por Trump levantam discussões sobre a viabilidade financeira para o país europeu. Pistorius destacou que destinar 5% do PIB significaria uma alocação de cerca de 230 bilhões de euros, o que equivaleria a quase 42% do orçamento federal. Para o ministro, isso não é apenas uma questão de números, mas sim uma impossibilidade prática que comprometeria outras áreas essenciais do governo.
O ministro enfatizou que o aumento na contribuição para a defesa deve ser discutido de maneira coletiva e consensual entre os membros da OTAN. Ele acredita que a Alemanha já está comprometida em aumentar seus gastos com defesa nos próximos anos, mas dentro de uma faixa que realmente possa ser suportada pela economia nacional. Atualmente, a contribuição pouco superior a 2% do PIB é considerada a meta a ser seguida, mas há um consenso de que deve-se elevar esse percentual, embora não em níveis tão extremos quanto os propostos por Trump.
Pistorius argumentou que o fortalecimento das capacidades de defesa da Alemanha e da OTAN deve ser guiado por uma lógica de segurança estratégica, e não por imposições unilaterais. Em um cenário geopolítico complexo em que as ameaças à segurança podem se intensificar, o papel da Alemanha na defesa coletiva deve ser reforçado, mas de uma forma que respeite a realidade econômica e as prioridades do país.
Enquanto Trump e figuras da OTAN clamam por um aumento significativo nos orçamentos de defesa, a resposta de Pistorius sinaliza uma postura cautelosa, que busca encontrar um equilíbrio entre as exigências da aliança e a capacidade econômica da Alemanha de atender a tais demandas. Com as tensões globais em ascensão, a posição de Berlim poderá ter um impacto significativo nas futuras direções da OTAN e nas relações transatlânticas.