Tebet argumentou que, nos últimos dez anos, as políticas públicas e reformas realizadas no país têm penalizado de forma significativa aqueles que já enfrentam dificuldades econômicas. Ela mencionou reformas relevantes, como a trabalhista e a da previdência, além de cortes em fundos voltados para a saúde, como a farmácia popular, e em diversas políticas sociais. Segundo a ministra, estas ações afetaram desproporcionalmente os brasileiros em situação de vulnerabilidade, enquanto os mais ricos permaneceram quase isentos de qualquer tipo de ajuste fiscal.
Em uma crítica contundente à desigualdade na tributação, Tebet observou a disparidade nos percentuais de imposto que diferentes faixas de renda enfrentam. “Não é aceitável que indivíduos com rendimentos superiores a R$ 50 mil ou R$ 60 mil mensalmente não contribuam com pelo menos 10% em impostos, enquanto aqueles que ganham R$ 4 mil são submetidos a uma alíquota de 22%,” ressaltou. A ministra reafirmou sua posição ao enfatizar que, caso essa análise seja vista como um discurso de esquerda, ela, que nunca se identificou como tal, estaria, segundo suas próprias palavras, “obrigada a se considerar de esquerda”.
A declaração de Tebet evidencia uma nova abordagem que busca reverter a lógica da tributação no Brasil e abre um debate fundamental sobre justiça social e responsabilidade fiscal, colocando em evidência a necessidade de um modelo que beneficia a coletividade, priorizando aqueles que mais necessitam.