Natividade Maia defendeu a participação de Luciane no evento em Brasília, alegando que não há provas concretas que a liguem à organização criminosa da qual seu marido é chefe. Ela ressaltou que a criminalização dos familiares de presos é uma prática recorrente e que Luciane, por ser esposa de um detento, teria “lugar de fala” para defender os direitos das pessoas encarceradas.
A advogada ainda justificou a presença de Luciane no evento, alegando que ela apresentou uma certidão negativa criminal emitida pelo Tribunal de Justiça do Amazonas, pois ainda não possui uma sentença penal condenatória transitada em julgado. Maia também enfatizou que a Associação Instituto Liberdade do Amazonas (AILA), dirigida por Luciane, cumpriu todos os requisitos do edital para integrar o CEPCT-AM.
No entanto, o fato de Luciane ter sido condenada em segunda instância a 10 anos de prisão pelos crimes de lavagem de dinheiro, associação para o tráfico e organização criminosa, levantou questionamentos sobre a adequação de sua participação em um evento sobre direitos humanos, especialmente por ser casada com um chefe de facção. A presidente interina do CEPCT-AM se esquivou de fazer um julgamento sobre a participação de Luciane, afirmando que se trata de uma opinião pessoal de cada um.
A polêmica envolvendo a participação de Luciane Barbosa Farias levou a Ministério dos Direitos Humanos a se explicar, afirmando que a responsabilidade pela escolha dos participantes coube aos comitês estaduais vinculados ao Comitê Nacional de Prevenção e Combate à Tortura. O ministério ressaltou que os comitês estaduais têm autonomia administrativa e orçamentária, apesar de as verbas para as viagens e diárias saírem de seu orçamento.
Em meio a esse cenário controverso, a presença de Luciane Barbosa Farias no Encontro de Comitês e Mecanismos de Prevenção e Combate à Tortura em Brasília suscitou questionamentos e gerou debates sobre a participação de pessoas condenadas por crimes relacionados ao tráfico de drogas em eventos ligados aos direitos humanos. A controvérsia em torno desse episódio expôs as tensões e desafios enfrentados por órgãos e entidades que lidam com a prevenção e combate à tortura no Brasil.