A situação de Leonardo se complicou ainda mais quando ele foi incluído na “lista suja” do ministério, após uma fiscalização que encontrou os trabalhadores em condições análogas à escravidão. Os trabalhadores eram obrigados a cumprir uma jornada exaustiva de 10 horas diárias, sem contrato formal, e sem direito a descanso semanal remunerado.
O relatório detalhou que os trabalhadores viviam em condições precárias em uma casa abandonada, situada a 2 quilômetros da sede da Fazenda Lakanka. O local não possuía banheiros, as camas eram improvisadas em tábuas de madeira, e havia uma infestação de morcegos e outros animais, além de fezes espalhadas pelo ambiente.
Além disso, os trabalhadores precisavam improvisar um chuveiro com uma mangueira e faziam suas necessidades ao ar livre. A água utilizada para consumo era retirada de um poço que carecia de manutenção.
Os funcionários relataram que suas atividades incluíam a remoção de restos de árvores e raízes do solo para preparar a terra para o cultivo. A jornada de trabalho era extenuante, iniciando às 7h e encerrando somente às 17h, com um intervalo de apenas 1 hora para o almoço. O pagamento fixo era de R$ 150 por dia.
O relatório também revelou que os trabalhadores não recebiam pagamento nos dias em que não trabalhavam, mesmo que fossem de folga ou estivessem doentes. Além disso, foi reportado que o trabalho aos domingos, que se encerrava ao meio-dia, era remunerado com apenas metade do valor diário.
De acordo com o MTE, a contratação e o pagamento dos trabalhadores eram intermediados por Leonardo, por meio de gerentes das fazendas. A situação escandalosa envolvendo o cantor gerou indignação e levantou debates sobre a importância da fiscalização e regularização das condições de trabalho no país.
Por fim, o caso expôs a face obscura de um dos artistas mais populares da música sertaneja, alimentando um debate urgente sobre os direitos dos trabalhadores no Brasil e a necessidade de medidas mais rigorosas para combater o trabalho escravo no país.