De acordo com informações obtidas via Lei de Acesso à Informação (LAI), as vacinas contra a Covid-19 foram as mais impactadas por essa incineração, totalizando um prejuízo de R$ 1,8 bilhão. Esse cenário gerou críticas e questionamentos sobre a falta de planejamento do ministério, especialmente durante a pandemia.
O infectologista e presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT), Julio Croda, destacou a preocupação com a quantidade elevada de vacinas incineradas, atribuindo parte desse desperdício às vacinas da Fiocruz e CoronaVac. Além disso, especialistas do setor ressaltaram a falta de diálogo e o destaque para o desperdício de vacinas e anestésicos durante a gestão passada.
A pasta justificou o recorde de incinerações em 2023 como consequência da pandemia da Covid-19 e da gestão anterior. No entanto, a atual gestão afirmou ter adotado medidas para evitar novos desperdícios, como a entrega parcelada das vacinas e a possibilidade de troca por versões atualizadas aprovadas pela Anvisa.
Dentre os motivos para a incineração de medicamentos e vacinas estão a mudança na demanda, oscilação no número de casos de doenças transmissíveis, aquisição via judicialização e avarias nos produtos. O ministério também destacou que nem todo o valor incinerado representa uma perda financeira, pois em alguns casos é possível obter restituição dos fornecedores.
Diante desse cenário, a Saúde enfatizou a implementação de um cronograma de entregas parcelado e outras medidas para mitigar os impactos do desperdício. No entanto, a incineração de recursos essenciais para a saúde pública continua sendo motivo de preocupação e críticas à gestão do Ministério da Saúde.