Uma das fontes de renda mais rentáveis para as milícias é a venda de cigarros falsificados. Os moradores que desobedecem e compram outras marcas que não sejam as vendidas pelos milicianos podem ser punidos com a morte. Além disso, esses grupos passaram a explorar de forma ilegal a venda de gás de cozinha e o transporte alternativo, ampliando suas áreas de controle antes dominadas pelo Comando Vermelho.
Com uma atuação cada vez mais estruturada, as milícias se tornaram organizações criminosas com o objetivo único de obter lucro através da prestação de serviços atrelados a ameaças e extorsões. A venda de cigarros falsificados, que representa uma fatia significativa do mercado ilegal, movimentou bilhões de unidades no Brasil no último ano, gerando um montante avaliado em R$ 9 bilhões.
O presidente do Fórum Nacional contra a Pirataria e a Ilegalidade, Edson Vismona, destacou a atuação das forças policiais no combate a milícias e facções envolvidas na produção de cigarros falsificados. Segundo ele, essas organizações ocupam espaços nas comunidades e impõem restrições à venda de outras marcas que não as comercializadas por eles.
A máfia do cigarro ilegal chefiada pelas milícias no Rio de Janeiro controla ao menos 45 dos 92 municípios do estado, com um histórico de violência, corrupção e crimes diversos. Adilson Oliveira Coutinho Filho, conhecido como Adilsinho, é apontado como o chefe por trás do monopólio da venda de cigarro ilegal na região, com seu nome envolvido em apurações de homicídios e disputas pelo mercado ilegal de cigarros.
As investigações conduzidas pela Polícia Civil e Federal revelam uma rede criminosa envolvendo Adilsinho e seu irmão Cláudio Coutinho de Oliveira, com a emissão de mandados de prisão e operações específicas para desmantelar as atividades ilegais dessas milícias. O controle total exercido por esses grupos paramilitares no comércio de cigarros falsificados representa um desafio constante para as autoridades policiais e a sociedade como um todo.