Milícia de PMs extorquia vendedores de rua no Brás com caderneta de cobrança, revela investigação do MPSP em São Paulo.



Na última semana, uma investigação do Ministério Público de São Paulo revelou a atuação de uma milícia de policiais militares que extorquia dinheiro de camelôs nas ruas do Brás, região central da capital paulista. Segundo as informações apuradas, a quadrilha contava com uma organização meticulosa, que incluía o controle do pagamento pelas barracas em uma caderneta.

Os espaços ocupados pelos camelôs eram medidos com fita métrica e a cobrança era feita de forma calculada e sistemática. Documentos apreendidos durante a investigação detalham os valores cobrados de cada setor das barracas, chegando a valores que variam de R$ 50 a R$ 100.

Essa prática criminosa era coordenada pelo casal Peterson Ribeiro Batista e Kelen Fernanda Cardoso, associados aos policiais militares que integravam a milícia do Brás. Utilizando associações como fachada, como a Cooperativa de Trabalho dos Profissionais do Comércio Solidário do Brás, a quadrilha extorquia valores dos comerciantes, principalmente imigrantes sul-americanos.

Durante a operação realizada em dezembro, foram cumpridos mandados de busca e apreensão que resultaram na prisão de nove pessoas, incluindo três PMs da ativa, três reformados e uma escrivã da Polícia Civil. A investigação revelou a atuação criminosa da milícia, que contava com o apoio desses agentes públicos para extorquir os comerciantes.

Câmeras escondidas, escutas ambientais e grampos telefônicos foram usados pelos investigadores para registrar os flagrantes da atuação da milícia do Brás. A denúncia feita pelo MPSP detalha como os policiais cobravam valores exorbitantes dos ambulantes, chegando a exigir até R$ 15 mil por ano e R$ 400 por mês. Aqueles que não pagavam eram encaminhados para agiotas e sofriam ameaças e intimidação.

O esquema criminoso envolvendo policiais militares e civis revela a vulnerabilidade dos comerciantes na região do Brás, especialmente os imigrantes em situação irregular. A Promotoria destaca a submissão dessas vítimas às organizações criminosas, que contam com a participação de agentes públicos para impor suas extorsões.

Até o momento, a defesa dos acusados não foi localizada para comentar sobre o caso. O desdobramento desse escândalo certamente continuará gerando repercussão na sociedade paulistana e levantando debates sobre a segurança pública e a conduta dos agentes responsáveis por proteger a população.

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