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Milei propõe acordo com EUA, ampliando tensões com o Brasil e o Mercosul em meio a mudanças na política internacional e no comércio.

O cenário das relações comerciais da Argentina sob a liderança do presidente Javier Milei está se moldando em um contexto de tensões diplomáticas. Após a recente vitória de Donald Trump nos Estados Unidos, Milei expressou sua intenção de estabelecer um Tratado de Livre Comércio (TLC) com Washington. Essa busca por parcerias mais estreitas com os EUA, no entanto, gera preocupações para o bloco do Mercosul, do qual a Argentina faz parte junto com Brasil, Paraguai, Uruguai e Bolívia. O Mercosul possui regras que proíbem acordos comerciais individuais sem a aprovação dos demais integrantes, o que levanta a possibilidade de um conflito interno entre os países membros.

Em uma entrevista recente, Milei confirmou que está determinado a buscar um TLC, aproveitando a suposta afinidade ideológica entre sua administração e a de Trump. Essa continuidade nas negociações parece ser uma esperança para Milei, que acredita que a relação com Trump pode facilitar também as interações da Argentina com o Fundo Monetário Internacional (FMI), um fator crucial para a recuperação econômica do país.

Contudo, especialistas em Relações Internacionais como Emanuel Porcelli, alertam que essa proposta pode ser mais um “balão de ensaio” do que uma possibilidade concreta, dado o histórico de negociações entre Argentina e EUA, que remonta a 2005, sem progresso significativo nas tentativas de estabelecer um acordo comercial. Além disso, a retórica protecionista que caracterizou a administração anterior de Trump levanta dúvidas sobre a viabilidade de um TLC real.

A intenção de Milei não apenas estabelece um novo eixo nas relações da Argentina, mas também pode intensificar as divisões dentro do Mercosul. O último encontro entre os líderes do bloco está agendado para dezembro, e a proposta de Milei pode resultar em uma posição mais radicalizada da Argentina frente aos outros membros, especialmente em relação ao Brasil. A resistência do governo brasileiro em aceitar que seus parceiros negociem individualmente com outros países sem o consentimento geral deve ser um ponto central dessa discussão.

Este cenário multifacetado indica que, enquanto Milei busca se alinhar mais estreitamente com os EUA, a reação do Mercosul e, especificamente, do Brasil, será crucial para determinar a nova dinâmica do comércio regional na América do Sul. O impacto desse movimento ainda está por ser avaliado, mas o ônus de uma possível estagnação do Mercosul pode recair sobre as costas da estratégia de Milei.

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