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Milei, influenciado por Trump, abandona pragmatismo em relações com Brasil e China em busca de nova aliança diplomática e econômica.

Quase um ano após assumir a presidência da Argentina, Javier Milei parece ter abandonado suas promessas de desassociar-se do Brasil e da China, os quais ele classificou de \”comunistas\” durante sua campanha eleitoral. Em vez de distanciar-se desses países, Milei agora se vê obrigado a adotar uma postura mais pragmática em relação a seus principais parceiros comerciais. Essa mudança se torna evidente, especialmente com a iminente ascensão de Donald Trump à Casa Branca em janeiro de 2025.

No início de seu governo, Milei desvinculou-se do BRICS, um bloco que visa promover um desenvolvimento econômico independente, e fez cálculos arriscados ao ignorar a importância do Brasil e da China para a economia argentina. No entanto, essa estratégia perturba a realidade do comércio argentinono, onde os três maiores parceiros são, respectivamente, Brasil, China e Estados Unidos.

Recentemente, Milei participou da Cúpula de Chefes de Estado do G20, onde, contradizendo suas críticas anteriores, assinou a declaração final e se comprometeu a apoiar a Aliança Global Contra a Fome. Também se reuniu com o presidente chinês, Xi Jinping, e renovou acordos que visam a estabilidade financeira da Argentina, em um momento em que o país enfrenta desafios significativos em termos de reservas de dólares.

O novo governo de Milei também parece seguir um caminho semelhante ao de seu homólogo brasileiro Jair Bolsonaro. Ambos os líderes adotaram discursos de crítica ao internacionalismo e à abordagem das mudanças climáticas, mas acabaram por adaptar suas políticas externas para acomodar interesses econômicos maiores, especialmente no agronegócio.

Com o retorno de Trump, a expectativa é que a relação entre Argentina e Estados Unidos seja fortalecida. No entanto, alguns analistas alertam que pode haver um descompasso entre as expectativas de Milei e o que Trump está disposto a oferecer em termos de apoio e parceria.

A próxima Cúpula do Mercosul, agendada para os dias 5 e 6 de dezembro, em que a Argentina assumirá a presidência rotativa, definirá novas diretrizes que incluem discussões sobre acordos comerciais com a União Europeia. Entretanto, pela sua postura nos últimos meses, não se espera um aprofundamento significativo das relações dentro do bloco, especialmente em virtude de seus conflitos ideológicos com os presidentes Lula da Silva e Luis Arce, da Bolívia.

Os analistas projetam que a gestão de Milei será marcada por uma \”estagnação\” nas relações do Mercosul, com um estado de não avanço, embora a abertura comercial com foco nas elites agropecuárias argentinas pareça assegurada. Esse contexto destaca as complexidades e desafios enfrentados pela Argentina em um cenário geopolítico dinâmico e competitivo, onde as escolhas de Milei terão um impacto duradouro na política externa do país.

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