Milei busca apoio de Trump em meio a eleições nos EUA e dívida do FMI, refletindo alinhamento da Argentina com interesses de Washington.



A corrida eleitoral nos Estados Unidos, marcada pela disputa entre Kamala Harris e Donald Trump, tem gerado preocupações significativas na Argentina, onde o presidente Javier Milei demonstrou um claro favoritismo pelo ex-presidente republicano. Essa inclinação por Trump não é apenas uma questão de afinidade política, mas também reflete uma percepção estratégica de Milei sobre a importância do apoio dos EUA e do Fundo Monetário Internacional (FMI) para a sustentabilidade de seu governo.

Desde que assumiu o cargo, Milei priorizou relações estreitas com Washington, destacando-se como um dos líderes latino-americanos mais favoráveis à administração americana. Seis das suas 14 viagens internacionais em seu primeiro ano de presidência foram para os Estados Unidos, evidenciando seu interesse em estreitar laços. Em diversas ocasiões, Milei chamou Trump de “o político mais relevante do planeta”, reforçando sua expectativa de que uma possível vitória do republicano poderia beneficiar sua agenda política e econômica.

Analistas políticos apontam que a relação entre a Argentina e os EUA não deve passar por mudanças bruscas, independentemente do resultado eleitoral. Entretanto, a adoção de uma política externa mais protecionista por parte de Trump poderia impactar negativamente a economia global, que já enfrenta desafios significativos. Por outro lado, uma vitória de Harris, voltada para o multilateralismo, poderia assegurar uma continuidade nas interações existentes entre os países.

Ademais, a união da Argentina com os EUA é crucial, especialmente considerando a colossal dívida argentina com o FMI, totalizando US$ 45 bilhões. A boa vontade da administração americana é vista como um fator determinante para a melhoria das condições dessa relação, visto que os EUA são o principal acionista e detentor de poder de veto no FMI. Portanto, a expectativa de Milei é que, ao alinhar-se mais estreitamente a Trump, consiga também fortalecer não apenas sua posição interna, mas potencialmente abrir caminhos mais favoráveis nas negociações com o FMI.

Em suma, a escolha entre Harris e Trump tem implicações não somente para a política interna argentina, mas também para sua economia, que depende fortemente do suporte internacional, particularmente em um momento de crise financeira. Essa dinâmica enfatiza como as decisões tomadas em Washington podem ressoar profundamente em Buenos Aires.

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