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Milei busca aliança com Trump enquanto especialistas criticam ideais de cercas e saída do Mercosul como gestos vazios em meio à crise argentina.

O presidente argentino Javier Milei, junto com sua ministra da Segurança, Patricia Bullrich, tem chamado a atenção da mídia por suas declarações controversas sobre a construção de cercas nas fronteiras com a Bolívia e o Brasil. Essas propostas, que lembram as iniciativas do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, visam ostensivamente controlar a migração ilegal e o narcotráfico. Contudo, a retórica de Milei levanta questionamentos sobre sua eficácia e o impacto nas relações regionais.

Para analistas políticos, as ações de Milei refletem mais um esforço para consolidar sua imagem como um governo forte no combate à criminalidade do que um plano viável para lidar com questões de segurança. Jefferson Nascimento, pesquisador do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da UERJ, argumenta que a verdadeira luta contra o crime transfronteiriço requer cooperação e diálogo entre os governos, algo que Milei parece ignorar. Além disso, a construção de cercas contraria os princípios de livre circulação de pessoas estabelecidos pelo Mercosul, do qual a Argentina é membro.

Bruno Lima Rocha, cientista político, acrescenta que o discurso de Milei, que sugere que a Argentina deve priorizar relações fora do Mercosul, serve para criar um “choque de ânimos” e justificar suas políticas. Apesar das bravatas de Milei, ambos os especialistas concordam que uma saída do Mercosul é pouco provável, dada a profunda interdependência econômica entre Argentina e Brasil. O Brasil é o segundo maior parceiro comercial da Argentina, e os acordos do Mercosul facilitam o fluxo comercial entre os dois países.

A construção de barreiras nas fronteiras também poderia gerar uma pressão inflacionária significativa na Argentina, que já enfrenta uma grave crise econômica, com mais de 50% da população vivendo abaixo da linha da pobreza. A saída do Mercosul não apenas complicaria as relações comerciais, mas também poderia ser vista como uma tentativa de Milei de angariar apoio dos Estados Unidos para garantir novos empréstimos do Fundo Monetário Internacional (FMI). Para isso, o presidente argentino está disposto a desafiar a estrutura do Mercosul, que, segundo analistas, já não representa mais uma prioridade estratégica para seu governo.

Contudo, a proposta de construção de cercas e a tentativa de se alinhar mais estreitamente aos EUA não se sustentam sozinhas. A estratégia econômica de Milei tem sido caracterizada por uma agenda de privatização intensa, desindustrialização e uma dependência crescente dos setores financeiro e agrícola, levantando preocupações sobre o futuro da indústria argentina. A combinação desses desafios econômicos e as novas políticas de fronteira parece indicar que, enquanto Milei pode tentar vender uma imagem de força, as realidades do cenário econômico e político tornam suas ambições complicadas de se concretizar.

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