A Meta tinha planos de lançar a IA da Meta no mercado brasileiro, um pacote de recursos que incluía robôs de inteligência artificial generativa no WhatsApp, Facebook e Instagram. O anúncio dessa novidade para o Brasil foi feito por Mark Zuckerberg, CEO da Meta, no início de junho. No entanto, a ANPD proibiu a empresa de usar as informações dos usuários para alimentar seus sistemas de IA, alegando falta de transparência da empresa ao mudar seus termos de privacidade.
Especialistas ouvidos pelo GLOBO concordaram com a decisão da ANPD, ressaltando a importância de proteger os direitos dos usuários diante da expansão da inteligência artificial. A suspensão cautelar representou um precedente relevante nesse sentido. A ANPD argumentou que a Meta utilizou a hipótese de “legítimo interesse” para tratar dados pessoais sem justificar claramente a necessidade e a finalidade, incluindo informações sensíveis de crianças e adolescentes.
A suspensão dos recursos de IA generativa da Meta no Brasil alertou outras “big techs” sobre a necessidade de transparência e garantia de consentimento dos usuários. Especialistas destacaram a importância do diálogo entre reguladores e empresas para garantir o uso ético e responsável da inteligência artificial. A decisão da ANPD também levantou questões sobre o uso de dados sensíveis e a necessidade de salvaguardas adequadas na coleta e utilização de informações para treinar sistemas de IA.
A Meta está em meio a um embate com a ANPD para comprovar a interrupção da coleta de dados e evitar multas diárias. A empresa alega que o uso das informações dos usuários tinha o propósito de aperfeiçoar seus sistemas, mas a falta de transparência e a ausência de garantias levaram à proibição temporária da utilização desses recursos. O caso da Meta destaca a importância de uma discussão contínua sobre ética e limites no uso da inteligência artificial, impulsionando as empresas a adotarem práticas mais responsáveis e transparentes em relação aos dados dos usuários.