Em um comunicado enviado à AGU, a Meta afirmou: “Estamos planejando criar, testar e melhorar as notas de comunidade nos Estados Unidos antes de qualquer expansão para outros países.” A companhia, famosa por suas plataformas como Instagram, Threads, Facebook e WhatsApp, foi confrontada após anunciar no início de janeiro que encerraria seu programa de checagem de fatos, uma das principais ferramentas utilizadas para combater a desinformação nas redes sociais.
A notificação da AGU foi feita após preocupações sobre o impacto dessas mudanças no Brasil. O pedido de esclarecimentos surgiu em uma reunião ministerial e exigiu que a Meta explicasse as implicações do novo sistema. A resposta da empresa, que chegou após um prazo de 72 horas, revelou que as mudanças planejadas têm foco inicial nos Estados Unidos, o que gerou reações mistas no cenário internacional.
Mark Zuckerberg utilizou o anúncio para criticar moderadores que, segundo ele, apresentaram viés em suas avaliações. Em suas declarações, o CEO da Meta também fez referência aos “tribunais secretos” na América Latina, sugerindo preocupações sobre a liberdade de expressão e a censura. Esse comentário levantou questões adicionais, especialmente em um momento em que o Brasil e a Meta enfrentam desafios relacionados à regulamentação do conteúdo digital.
Enquanto a mudança na moderação de conteúdo não parece ter gerado preocupação imediata entre os círculos políticos brasileiros, a situação reflete um panorama crescente de descontentamento na Europa. Recentemente, o presidente francês Emmanuel Macron entrou em contato com o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva para discutir a proliferação de fake news e possíveis ações conjunto.
Diante desses desenvolvimentos, é claro que a interação entre grandes plataformas tecnológicas e governos está se tornando cada vez mais complexa. A forma como a Meta lidará com essas questões em um contexto global, especialmente no Brasil e na América Latina, seguirá sendo um tema de análise e debate nos próximos meses.