Mercados Europeus Temem Efeitos da Reeleição de Trump em Guerra Comercial e Crise Econômica Intensificada



As expectativas em torno do retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos em janeiro de 2025 geram uma onda de preocupação nas esferas políticas e econômicas da Europa. O cenário atual dos mercados europeus é alarmante, com o euro atingindo seus menores níveis desde a crise energética de 2022 e o índice Stoxx Europe 600 apresentando um desempenho insatisfatório em comparação com os índices acionários americanos, que seguem em ascensão desde a recente reeleição de Trump.

Analistas financeiros, como Chris Turner, chefe de mercados globais do ING, destacam que essa situação reflete um temor generalizado entre os investidores: a possibilidade de que a Europa se torne o principal alvo de uma nova guerra comercial entre Washington e Pequim. Recentemente, Trump indicou a intenção de recontratar Robert Lighthizer, o ex-representante comercial que liderou a guerra comercial contra a China em seu primeiro mandato. Essa perspectiva reacende a preocupação de que as tarifas que caracterizaram seu governo anterior possam ser reinstauradas, colocando os países europeus novamente sob pressões comerciais e econômicas consideráveis.

A pressão sobre a indústria europeia vem em um momento crítico, já que o continente ainda luta para se recuperar das consequências da crise energética e das sanções impostas à Rússia devido à guerra na Ucrânia. A tentativa da União Europeia de se desvincular da energia russa, implementada no auge da crise, acabou por acentuar uma recessão em várias economias da região, trazendo à tona a mais severa crise de desindustrialização vista desde a Segunda Guerra Mundial.

A frustração entre os líderes europeus é palpável. Josep Borrell, chefe da política externa da UE, comentou que a vitória de Trump terá “muitas consequências geopolíticas”, indicando uma crescente ansiedade em relação ao futuro das relações transatlânticas sob a liderança do ex-presidente. Com a possibilidade de novos conflitos comerciais à vista, a Europa parece estar se preparando para um cenário desafiador que poderá moldar sua economia por anos. Assim, o retorno de Trump configura-se não apenas como um evento político, mas como um fator potencialmente desestabilizador para toda a economia europeia.

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