Mercado financeiro em ebulição após anúncio de cortes: especialistas divergem sobre impactos na economia brasileira



O anúncio do pacote de corte de gastos pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no final de novembro, provocou uma reação imediata no mercado financeiro. Especuladores começaram a retirar seu dinheiro do Brasil, trocando reais por dólares e causando uma rápida valorização da moeda norte-americana em relação ao real.

Em seguida, o Banco Central surpreendeu ao anunciar um aumento na taxa básica de juros, a Selic, para 12,25%. O Comitê de Política Monetária destacou a necessidade de desacelerar a economia para controlar a inflação, que estava se aproximando do teto da meta estabelecida.

Apesar dessas medidas terem gerado uma visão pessimista da economia brasileira, o economista Pedro Faria argumenta que o cenário macroeconômico é positivo. Ele destaca a baixa taxa de desemprego, pobreza e extrema pobreza em níveis históricos mínimos, bem como uma inflação controlada, ainda que em trajetória ascendente.

As previsões do mercado financeiro, divulgadas pelo Boletim Focus, também indicavam um cenário pior do que o observado. O PIB previsto para crescer 1,6% acabou alcançando um aumento de 3,42%, superando as expectativas. O déficit público também ficou abaixo do esperado.

Contudo, a reação exagerada do mercado financeiro diante das medidas econômicas é atribuída à “má vontade” dos especuladores com o governo do PT. Enquanto em governos alinhados ideologicamente, como o de Bolsonaro, os aumentos nos gastos públicos são vistos de forma mais tolerante.

A elevação da taxa de juros pelo Banco Central foi criticada por afetar negativamente o consumo e os investimentos, conforme apontou o presidente da CNI. Especialistas destacam que existem outras maneiras de controlar a inflação sem recorrer ao aumento dos juros, como o controle de preços-chave.

Em resumo, a escolha por elevar os juros é vista como contraproducente e favorece o sistema financeiro em detrimento do governo e da indústria. A visão pessimista do mercado financeiro, muitas vezes, é influenciada por interesses políticos e econômicos, em um cenário complexo de jogo de interesses e especulações.

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