Entretanto, mesmo com esse protagonismo, desafios ainda persistem, como apontado pelo recente estudo divulgado pelo Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF) e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
O boletim revela que a população negra está mais presente em profissões vulneráveis, como emprego doméstico e trabalho autônomo. A inserção no setor público representa apenas 17% das oportunidades para negros, enquanto empregos autônomos e assalariados no setor privado são as áreas com maior representatividade.
Em relação aos rendimentos, os negros apresentam uma média de R$ 3.569, enquanto os não negros chegam a R$ 6.221. A disparidade salarial entre os dois grupos aumentou em relação ao ano anterior.
A diretora de Estatística e Pesquisas Socioeconômicas do IPEDF, Francisca Lucena, destacou a importância de políticas públicas para ampliar a equidade no mercado de trabalho, garantindo acesso a posições ocupacionais com maior remuneração e direitos trabalhistas para a população negra.
No que diz respeito à inserção no mercado de trabalho, cerca de dois em cada três negros de 14 anos ou mais estavam atuando, contrastando com uma taxa de participação de 62,2% entre os não negros. Setores como construção civil, comércio e indústria de transformação se destacam na participação dos trabalhadores negros.
No entanto, a taxa de desemprego entre a população negra chegou a 17,9%, um aumento em relação ao ano anterior. Apesar disso, houve uma melhora na eficiência da recolocação no mercado de trabalho, com o tempo médio de busca por emprego reduzindo para 11 meses.
Em resumo, o mercado de trabalho no Distrito Federal em 2023 reflete avanços e desafios para a população negra, sendo necessária a implementação de políticas que promovam a equidade e a inclusão desse grupo na força de trabalho da região.