Mensagem de assessora de Carlos Bolsonaro a ex-chefe da Abin é investigada pela Polícia Federal em escândalo de espionagem.


A Polícia Federal está investigando uma mensagem enviada por uma assessora do vereador do Rio Carlos Bolsonaro para o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), que anteriormente chefiou a Agência Brasileira de Inteligência (Abin). A suspeita é de que essa mensagem tinha como objetivo buscar informações de um inquérito que investigava uma possível interferência da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na eleição de 2022.

No mês de novembro de 2022, a assessora Luciana Almeida, em uma mensagem enviada a Ramagem, solicitou ajuda para obter informações sobre inquéritos da PF, mencionando a delegada Isabela Muniz Ferreira, responsável pela apuração de um caso que envolvia a PRF e três filhos. Conforme divulgado pela PF, os números citados na mensagem não correspondiam às investigações em andamento.

A PF instaurou um inquérito em novembro de 2022 para investigar se a cúpula da PRF teria atuado em uma suposta trama para atrapalhar o trânsito de pessoas durante o segundo turno das eleições presidenciais daquele ano. A delegada federal Isabela Muniz Ferreira liderava a apuração do caso na época.

A mensagem enviada por Luciana Almeida a Ramagem foi obtida pela PF por meio de uma quebra de sigilo autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que permitiu aos investigadores terem acesso aos arquivos do celular do ex-chefe da Abin. A PF está periciando o material e afirma que há indícios de atuação de um “núcleo político” no escândalo de espionagem da Agência.

Carlos Bolsonaro e Ramagem se aproximaram durante a campanha à presidência em 2018, quando o delegado da Polícia Federal atuou como um dos coordenadores da segurança de Jair Bolsonaro. Apadrinhado por Carlos, Ramagem foi eleito deputado federal em 2022 e estava se preparando para lançar sua candidatura à prefeitura do Rio de Janeiro, com apoio do vereador.

Na semana passada, Ramagem foi alvo de uma operação da PF para apurar indícios de um esquema de espionagem ilegal na Abin durante o governo de Jair Bolsonaro, o que teria envolvido Carlos Bolsonaro. A defesa do deputado federal declarou que aguarda os desdobramentos da investigação e negou ter tido acesso a senhas de sistemas de monitoramento para espionar autoridades e cidadãos.

Por sua vez, a defesa de Carlos Bolsonaro sustenta que o vereador nunca teve ligação com a Abin e que o suposto acesso a informações sigilosas não passa de uma “narrativa criada e que não é a realidade”. A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) afirmou ser a maior interessada na apuração dos fatos e continua colaborando com as investigações.

A Polícia Federal atuou com excesso ao realizar buscas e apreensões, conforme a defesa de Bolsonaro, que reiterou que o vereador não foi alvo das buscas e que foram apreendidos objetos pessoais de cidadãos diversos apenas por estarem no local das buscas. A Abin reforçou que colaborará com as investigações, sendo a maior interessada na apuração dos fatos.

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