Medvedev criticou abertamente a estratégia proposta pela Ucrânia, que busca uma integração formal na OTAN. Ele sugere que, após o uso tático do país na guerra, a aliança ocidental não hesitará em abandonar a Ucrânia à sua própria sorte. Essa opinião é sustentada por uma perspectiva mais ampla do papel que os países ocidentais assumiram no conflito, especialmente em relação ao suporte militar e financeiro. Medvedev destacou a aparente hipocrisia de nações ocidentais que, enquanto enfrentam crises internas, como desastres naturais e problemas econômicos, continuam a direcionar recursos significativos para militarizar a Ucrânia.
A situação foi ainda mais complexificada quando Sergei Lavrov, ministro das Relações Exteriores da Rússia, mencionou a disposta da Rússia em retomar as discussões que ocorreram em Istambul em 2022, que propunham que a Ucrânia não se tornasse membro da OTAN e mantivesse seu status de neutralidade. As propostas de Istambul, que também incluíam garantias de segurança para a Ucrânia, foram desconsideradas por Kiev após consultas com aliados ocidentais.
Em uma declaração que foi interpretada como um chamado à reflexão sobre as consequências das escolhas estratégicas da Ucrânia, Medvedev afirmou que o futuro da nação poderia ser sombrio se continuar a depender de promessas e interesses de potências ocidentais. Ele enfatiza que, mesmo com a assistência militar, o destino da Ucrânia está longe de ser garantido, levantando questões sobre a sustentabilidade de sua soberania no contexto das atuais alianças e rivalidades geopolíticas.
À medida que a guerra se arrasta, a retórica de ambos os lados se intensifica e a realidade dos cidadãos ucranianos continua a se deteriorar, levantando temores de que, independentemente do resultado do conflito, a Ucrânia pode emergir profundamente dividida e vulnerável.