Nos últimos anos, Poze viu seu cachê para apresentações ao vivo passar por um aumento significativo, saindo de aproximadamente R$ 20 mil por show, na época do seu auge, para cifras que alcançam R$ 40 mil em 2023. Esses valores indicam não apenas sua popularidade crescente, mas também uma demanda substancial por suas performances, especialmente em comunidades onde a presença de facções criminosas é marcante. A repercussão sobre o artista intensificou-se ainda mais quando a Fundação Anita Mantuano de Artes do Estado do Rio de Janeiro (Funarj) decidiu cancelar um show dele em um importante teatro da capital fluminense, após pressão de deputados estaduais ligados ao ex-presidente Bolsonaro.
Recentemente, o funkeiro também teve itens de luxo, como joias e veículos de marcas renomadas — como BMW e Land Rover — recuperados após serem apreendidos em uma ação policial anterior, totalizando valores próximos a R$ 2 milhões. Esse cenário levanta questões sobre as fontes de renda e o estilo de vida extravagante que muitos artistas da cena funk exibem.
A prisão de MC Poze do Rodo aconteceu em Recreio dos Bandeirantes, zona oeste do Rio, onde, segundo as investigações, o artista se apresentava exclusivamente em áreas dominadas por facções. A presença de traficantes armados durante seus shows reforça as alegações de que ele gerava um ambiente de segurança baseado na intimidação e no poderio das facções criminosas.
As investigações indicam que as letras de suas músicas, tratadas por críticos e seguidores como apologia, exaltam comportamentos e símbolos associados às atividades criminosas, provocando discussões acaloradas sobre a responsabilidade de artistas populares em suas representações culturais. O caso de MC Poze exemplifica um dilema complexo que envolve cultura, criminalidade e a juventude, que muitas vezes consome essas narrativas sem a devida crítica aos impactos sociais.