A Polícia Federal (PF) concluiu a lista de indiciados envolvidos na proposta de golpe, e o depoimento de Cid se tornou crucial. O relatório enviado a Moraes menciona que o militar teria omitido informações relevantes em sua delação premiada, o que teria prejudicado as investigações. Por sua vez, a defesa de Cid argumenta que não há fundamentos para as alegações de falha em sua colaboração.
Recentemente, um desdobramento significativo da Operação Contragolpe da PF resultou na prisão de cinco indivíduos suspeitos de envolvimento nesse esquema golpista. Entre eles, estava o general da reserva Mario Fernandes, que, segundo as investigações, foi um dos arquitetos do plano e discutiu suas estratégias na residência do então ministro da Defesa, Walter Braga Netto, conhecido por ser um aliado próximo de Bolsonaro.
A investigação assume um caráter ainda mais intenso com a descoberta de material que sugere um plano de execução, encontrado nos dispositivos eletrônicos de Mauro Cid. Isso levanta sérias interrogações sobre a validade do acordo de delação, uma vez que delatores são obrigados a fornecer informações completas e verídicas. Observadores do governo acreditam que a tentativa de Cid de se distanciar do envolvimento de Bolsonaro no esquema pode ter contribuído para suas omissões.
Durante seu último depoimento à PF, Cid negou conhecimento sobre o plano golpista; entretanto, caso seja provado que ele teve ciência do mesmo, poderá perder os benefícios acordados em sua delação. O interrogatório feito por Moraes, agendado para as 14h00, horário de Brasília, visa esclarecer as contradições apresentadas nos testemunhos de Cid.
Além de ser um personagem chave nas investigações sobre a tentativa de golpe, Cid também está envolvido em uma série de outros casos contra Bolsonaro, que incluem supostas fraudes no sistema eleitoral e o controverso caso das joias adquiridas de forma suspeita. A conclusão das investigações pela PF está programada para ocorrer ainda hoje, com o envio do relatório final que deve incluir indiciamentos sob sigilo por crimes graves, como a tentativa de golpe e organização criminosa.