Damiana relatou que se dirigiu à maternidade com sinais de perda de líquido amniótico. Após ser examinada, recebeu medicação para alívio das dores abdominais e foi liberada para ir a casa de parentes. No entanto, ao não sentir movimentos da bebê, voltou à maternidade, onde encontrou um cenário ainda mais desolador. A princípio, seu pedido de exames foi ignorado. Sem um médico disponível para realizar a ultrassonografia que poderia confirmar as condições de sua filha, ela enfrentou a angústia e desespero de esperar sem receber informações adequadas.
A situação culminou em um parto no dia seguinte, na cidade vizinha de Coruripe. Para a dor de Damiana, a espera se transformou em uma perda irreparável, pois sua filha já havia falecido. Este episódio não é um caso isolado na Santa Casa de Misericórdia de Penedo, que já foi alvo de críticas em ocasiões anteriores por diversas questões relacionadas à sua administração e qualidade dos serviços prestados à comunidade.
Historicamente, a unidade de saúde tem enfrentado graves problemas financeiros, chegando a estar à beira do fechamento. O único aporte significativo em tempos recentes foi uma doação de R$ 1,3 milhão do influenciador digital Carlinhos Maia, que, sendo natural de Penedo, tem se mostrado disposto a contribuir com a instituição em momentos de dificuldade.
As denúncias de Damiana não apenas ressaltam as falhas no atendimento médico, mas também evidenciam a urgência de melhorias e soluções sustentáveis para a saúde pública local, uma necessidade premente para garantir que tragédias como a vivida por ela não se repitam. As vozes que clamam por direitos e por um atendimento de qualidade estão ganhando força, e a expectativa é de que as autoridades locais e os gestores da saúde tomem providências concretas diante da angústia e dor de mães e famílias afetadas.