De acordo com especialistas, a ação de mascar chiclete provoca um aumento na produção de saliva. Este processo desencadeia, por sua vez, uma maior produção e liberação de ácido clorídrico no estômago. Esse fenômeno ocorre porque o estômago interpreta a mastigação como um sinal de que o alimento está prestes a chegar, preparando-se assim para a digestão. Entretanto, quando não há alimentos de fato sendo ingeridos, essa produção de ácido pode acabar gerando problemas para o sistema digestório.
O gastroenterologista Wilson Junior, do Hospital Edmundo Vasconcelos, em São Paulo, foi consultado para comentar sobre os possíveis impactos dessa prática tão comum. Segundo ele, o aumento na produção de ácido clorídrico sem a presença de alimentos pode levar a diversos desconfortos e problemas digestivos. Entre os problemas possíveis estão o desenvolvimento de gastrites e esofagites, que são inflamações no estômago e no esôfago, respectivamente, devido ao contato excessivo com o ácido gástrico.
Além disso, há também o risco de piora nos sintomas para aqueles que já sofrem de condições como refluxo gastroesofágico, uma situação onde o ácido do estômago retorna para o esôfago, causando azia e outros sintomas incômodos. Pacientes com histórico de úlceras gástricas devem tomar ainda mais cuidado, uma vez que o aumento da acidez pode agravar essa condição.
Portanto, embora mascar chiclete possa parecer uma solução rápida para ansiedade ou fome, seu uso excessivo deve ser avaliado com cautela, especialmente por aqueles que têm algum histórico de distúrbios gástricos. A recomendação dos especialistas é que essa atividade seja realizada com moderação e que alternativas mais saudáveis para aliviar a ansiedade e a fome sejam exploradas sempre que possível. Desse modo, é possível evitar os desconfortos e problemas associados ao aumento da acidez estomacal e manter uma saúde digestiva equilibrada.