Diante da informação de que a Braskem iniciará na próxima semana o diálogo com moradores do Mutange a respeito de suas transferências e indenizações, o deputado federal Marx Beltrão fez um duro questionamento na manhã desta sexta-feira (29). O parlamentar afirmou que o início da negociação com os moradores do Mutange é bem-vindo, mas que os demais habitantes do próprio Mutange, do Bom Parto, do Bebedouro e do Pinheiro, em especial os que ainda aguardam posicionamento da empresa e já recebem aluguel social, necessitam respostas.
“Esta é uma vitória importante na luta por justiça à população dos bairros afetados pelas rachaduras, provocadas pela atividade de mineração da Braskem, como ficou comprovado pelo laudo da CPRM. Mas ainda ficam várias perguntas: por exemplo, todos nós queremos saber quando os moradores dos outros bairros serão transferidos e indenizados. Queremos saber qual será a medida e a reparação ofertada aos demais moradores de bairros como o próprio Mutange, o Pinheiro, o Bom Parto e o Bebedouro” afirmou Marx Beltrão.
O parlamentar ainda fez menção especial aos moradores do Pinheiro, que já tiveram seus imóveis desocupados. Marx Beltrão criticou o fato de as informações ate agora serem sonegadas à sociedade e aos já beneficiados com o aluguel social, e criticou o fato de a chamada “ajuda humanitária” não se converter em uma solução concreta à população prejudicada pelas rachaduras nos bairros e nos seus imóveis. O deputado garantiu que vai cobrar providências na Comissão Externa que analisa o caso na Câmara dos Deputados, da qual é relator.
“Queremos saber quando os moradores do Pinheiro que já saíram de suas casas serão indenizados. São pessoas que deixaram seus imóveis, suas memórias, e foram obrigadas a viver com aluguel social, chamado ironicamente de ajuda humanitária. De humanitário o tratamento a estas pessoas não tem é nada. Humanitário não é depositar R$ 1 mil por mês e deixar milhares de pessoas no vácuo de informações. Humanitário é debater, conversar, acolher, lutar, encontrar soluções juntos. Se omitir, se esconder, negar o que é evidente e cientificamente comprovado, e se esquivar, nada tem de humanitário. E mais: enquanto o povo está nas ruas exigindo respeito e garantia de seus direitos, a Braskem e as autoridades tomam decisões no ar condicionado dos seus gabinetes, sem dar satisfação a quem mais importa” criticou Beltrão.