As preocupações de Marina Silva se estenderam além dos números, tocando no impacto significativo que a continuidade dessa falta de compromisso pode ter sobre a luta contra as mudanças climáticas. Em coletiva após o encerramento da cúpula, a ministra reiterou que os países em desenvolvimento não buscam esses recursos apenas para benefício próprio, mas para garantir a sustentabilidade de todo o planeta. Ela ressaltou que “os países desenvolvidos têm obrigações, conforme o Acordo de Paris, para fazer aportes que alavanquem recursos privados” e ajudar aqueles mais vulneráveis.
A ministra também se manifestou sobre as implicações da ascensão de Donald Trump à presidência dos EUA, prevista para janeiro. Silva afirmou que, mesmo diante de situações desafiadoras — como a não adesão dos Estados Unidos ao protocolo de Kyoto e ao Acordo de Paris — os esforços para mitigar as mudanças climáticas não podem parar. Segundo a ministra, a inação dos EUA não é apenas um revés para as nações que buscam liderança nesse tema, mas representa um risco global que afeta todos, já que recentes eventos climáticos extremos estão cada vez mais frequentes e intensos.
Por fim, Marina Silva enfatizou a importância da próxima conferência, a COP30, a ser realizada em Belém, Pará, em agosto de 2025. A ministra destacou que os resultados insatisfatórios da COP29 atribuem ao Brasil uma responsabilidade ainda maior para liderar e inspirar ações pactuadas nesse evento, que ela se referiu como a “COP das COPs”. O desejo de fazer da conferência um marco para a recuperação e preservação da Amazônia é um dos maiores desafios que o país terá pela frente. A COP29, que começou no dia 11 de novembro, encerrou-se com um dia de atraso devido a negociações tumultuadas e à falta de consenso entre as delegações.