Marina Silva critica taxação de 50% dos EUA e defende multilateralismo em evento sobre mudanças climáticas e investimentos em infraestrutura no Brasil.

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, enfatizou a urgência da cooperação internacional para enfrentar as mudanças climáticas e criticou duramente a taxação de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. As declarações aconteceram durante sua participação no 27º Fórum Nacional do Ensino Superior Particular, realizado em São Paulo.

Marina destacou que o Brasil já conta com quase dois mil municípios vulneráveis a eventos climáticos extremos, enfatizando a necessidade de um esforço coletivo para enfrentar essa realidade. Ela afirmou que “esses episódios lamentáveis já estão diagnosticados pela ciência”, lembrando que a maior parte das emissões de gases de efeito estufa provém dos países mais ricos, enquanto as nações em desenvolvimento, como o Brasil, suportam os impactos mais severos dessas mudanças.

A ministra abordou também a próxima Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a COP30, que será realizada em novembro em Belém, Pará. Marina mencionou que a adaptação às mudanças climáticas será um dos principais temas discutidos no evento. Ela ressaltou a importância de investimentos em infraestrutura, como sistemas de drenagem e abrigos em áreas de risco, alertando que esses investimentos são inviáveis para países de baixo recurso. “Esses são investimentos que os países pobres não têm como fazer sozinhos”, afirmou.

Além disso, Marina falou sobre o Fundo Amazônia, ressaltando o apoio financeiro de países como Noruega, Reino Unido e Alemanha. Ela destacou que o Brasil reinvestiu um bilhão de dólares no fundo, mesmo sendo uma nação em desenvolvimento. Essa mobilização, na visão da ministra, representa um gesto significativo rumo a um compromisso global com a preservação ambiental.

Em relação à taxação imposta pelos EUA, Marina foi enfática ao criticar a medida, classificando-a como “injusta” não apenas para o Brasil, mas também para outros países, como China, Índia e México. Para ela, é imprescindível fortalecer o multilateralismo e a cooperação global como forma de enfrentar desafios climáticos coletivamente, ressaltando que “se os ideais que nos trouxeram até aqui foram a competição, agora precisamos de colaboração”.

Essas declarações refletem uma postura firme e conciliadora de Marina Silva, em um momento em que as questões climáticas exigem uma abordagem conjunta e inovadora a nível internacional.

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