Marcus Majella revela desejo de ser pai

Marcus Majella revela desejo de ser pai

Esqueça o Ferdinando, do seriado “Vai que cola”. Em “Um tio quase perfeito”, comédia que acaba de estrear nos cinemas, todo o gestual exagerado do personagem caricato foi jogado para escanteio. Um desafio para Marcus Majella: na primeira produção em que protagoniza nas telonas, o humorista dá vida um homem trambiqueiro, desprovido de afetações. Algo inédito na carreira dele.

— Se só buscar fazer os mesmos papéis não vou sair do meu lugar de conforto. Nesse trabalho, tirei todos os trejeitos que já fazia no automático. Às vezes, até falava para mim: “Marcus, tire a mão daí! Pare de mexer o braço!” — detalha, segundo o Extra.

Na história inspirada no clássico “Uma babá quase perfeita” (1993), o ator também estrela cenas dramáticas, de tom emotivo. Para incorporar o sujeito falido que labuta como estátua viva e falso pastor milagreiro, Majella resgatou lembranças de quando sofria por falta de dinheiro:

— Já passei muito perrengue. Numa época, sem grana nenhuma para pagar o aluguel, dividia um pacote de miojo para comer de dia e à noite.

Nesse período, foi Paulo Gustavo quem fez o amigo desistir de voltar para a casa dos pais, em Cabo Frio. Em 2009, o intérprete de Dona Hermínia empregou Majella como contrarregra das peças “Minha mãe é uma peça” e “Hiperativo”. Pronto: de lá para cá, após participações em vídeos do “Porta dos fundos” e a entrada, enfim, no “Vai que cola”, o rapaz roubou a cena.

— Nem sei onde surgiu essa coisa do humor. Tenho facilidade, mas sou tímido. Na hora que encontro os fãs, todos se decepcionam. As pessoas já gritam o bordão: “Viaaaado”. E eu falo, quietinho: “Obrigado, obrigado”. Todos reclamam: “Poxa, mas você é assim?”.

Apesar de reservado, ele não se esconde. Namorado do designer Anderson Farinelli, o artista de 38 anos abre o verbo sobre assuntos pessoais. Em breve, será pai:

— Penso em adotar uma criança, e não vou esperar muito. Quando puder tirar um tempinho aqui e ali, quero fazer isso.

Firme no discurso, Majella volta a repetir que deseja, sim, papéis dramáticos. Mas não vê problemas em ser constantemente associado a tipos gays na ficção. Ele até gosta.

— Ninguém pergunta para o Cauã Reymond: “E aí, já é o sétimo heterossexual que você interpreta, né?” — provoca, sem medo da exposição: — Não me preocupo com o que fulano vai achar de mim. Tenho que viver. Minha vida está toda na internet. É só ir lá olhar. Através do Ferdinando, levanto várias questões. Muita gente vem me falar: “Poxa, minha mãe te adora, e por causa de você ela aprendeu a me amar mais”. Desse jeito, se consigo quebrar o preconceito de dez pessoas, já é lucro.

Expediente no teatro

Marcus Majella não para. Além da TV e do cinema, o artista dá expediente no teatro. Em “Desesperados”, espetáculo que segue em cartaz até julho no Leblon, na Zona Sul do Rio, o humorista divide o palco com os atores Pablo Sanábio e Pedroca Monteiro. Dirigidos por João Fonseca, os três dão vida a mais de 40 personagens, numa série de situações hilárias que brincam com o sentimento de carência afetiva. O tema é atual (e generalizado).

— É uma peça divertida. Falamos sobre solidão, mas de uma forma leve, bem-humorada. O público se identifica. É uma loucura (risos).

17/06/2017

Jornal Rede Repórter - Click e confira!


Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo