Marco Regulatório da CVM para Assessores de Investimentos Resulta em Expectativas Otimistas para 2024 após Ano Histórico de Avanços Regulatórios



A tão esperada publicação do marco regulatório da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para os assessores de investimentos marcou um momento emblemático para o setor no ano de 2023. Apesar de as regras ainda estarem no estágio inicial de transformação, a expectativa em relação ao cenário de queda de juros contratada para 2024 e o possível retorno do apetite a risco dos investidores, traz otimismo para as perspectivas do segmento no próximo ano.

Segundo Francisco Amarante, superintendente da Associação Brasileira de Assessores de Investimentos (Abai), o ano de 2023 foi histórico em termos de avanços e melhorias regulatórias. As resoluções CVM 178 e 179, publicadas em fevereiro, trouxeram mudanças relevantes, como o fim da obrigatoriedade de exclusividade com corretoras, a permissão para a constituição de diferentes arranjos de sociedade e a exigência de um diretor responsável para as empresas.

Embora a maioria das regras já fosse amplamente esperada, as resoluções foram bem recebidas pelo mercado na ocasião e levaram a algumas movimentações nos últimos meses, como a desistência de escritórios em se tornarem corretoras e a entrada de sócios-capitalistas em assessorias.

Para Bruno Ballista, sócio e líder da área de assessoria e relacionamento com clientes XP Inc., as novas regras da CVM foram “as maiores notícias deste ano”, mas ele destaca que nenhum marco regulatório revoluciona a indústria em um curto espaço de tempo. Ele acredita que a indústria vai se adaptar e compreender como as novas instruções irão funcionar antes de tomar decisões baseadas nelas.

O processo de entendimento envolve inclusive a dissolução de dúvidas dos agentes envolvidos. Amarante complementa que a Abai elaborou um documento de perguntas e respostas em parceria com a BSM, buscando validação da CVM para mais de 66 perguntas sobre o espírito das resoluções.

A XP, por exemplo, iniciou parcerias com escritórios como SVN Investimentos e Ável Investimentos, inspirada nas novas regras da CVM. Ballista acredita que haverá uma agitação no mercado e que isso resultará em um ciclo de consolidações.

Além disso, a queda de juros contratada para 2024 pode fazer o investidor voltar a buscar risco em busca de maior rentabilidade, aumentando a diversificação dos portfólios. Ballista acredita que a confiança do investidor tende a crescer e que o assessor poderá mostrar um bom serviço nesse momento.

A retomada de contratações e mais capacitação também é um ponto a ser observado para o próximo ano. A XP, por exemplo, investiu em programas de formação e contratação de assessores, como o XP Future, e deve continuar com esse empenho em 2024. A expectativa é que a rede de distribuição cresça de forma significativa.

Os números mais recentes da Associação Nacional das Corretoras e Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários, Câmbio e Mercadorias (Ancord) mostram um crescente número de assessores credenciados, indicando que os números devem continuar crescendo no próximo ano. Mais de 90% dos assessores em atividade estão cumprindo o programa de educação continuada (PEC), o que demonstra o comprometimento dos profissionais com a capacitação.

Dessa forma, a publicação das resoluções da CVM e a esperada queda dos juros para 2024 indicam um cenário promissor para o setor de assessores de investimentos no próximo ano, com a possibilidade de um aumento no número de assessores, maior diversificação dos portfólios e um retorno do apetite a risco por parte dos investidores. A transparência na remuneração e o processo de capacitação e formação dos profissionais também devem contribuir para fortalecer e profissionalizar ainda mais a indústria independente de investimentos.

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